O IBGE divulga hoje (16/12) os dados do PIB dos Municípios de 2018. Os dados são produzidos em parceria com órgãos estaduais e derivam do Sistema de Contas Nacionais e das Contas Regionais, que trazem dados de PIB para as 27 unidades da federação. Em 2018, Sergipe foi a única unidade da federação com redução no valor do PIB (-1,8%). A queda se explica, sobretudo, por conta da seca que afetou a produção agropecuária no estado, em especial o milho. Com isso, a participação dos municípios da Região Metropolitana de Aracaju no PIB estadual cresceu. Mais da metade da riqueza produzida no estado (50,51%) veio da capital, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros.
Capital responde por mais de 40% da riqueza gerada no estado em 2018
Em 2018, o PIB sergipano chegou a R$ 42,02 bilhões. Em valores reais, o valor representa uma queda de 1,8% em relação a 2017, o que faz do estado a única unidade da federação a ter redução no valor real do PIB para o período considerado. A queda no PIB em 2018 se deve sobretudo àseca, que fez diminuir o valor adicionado da agropecuária, cuja participação no PIB passou de 5,40% em 2017 para 3,81% em 2018.
Como a queda no PIB veio principalmente do setor primário, a participação de Aracaju, com uma matriz econômica mais baseada nos serviços e na administração pública, aumentou, passando de 40,23% para 41,12% do total do PIB sergipano. O PIB de Aracaju chegou a R$ 12,28 bilhões em 2018, sendo o maior entre os 75 municípios sergipanos e o 53o do Brasil. Aracaju é o único município sergipano na lista dos 100 maiores PIBs do Brasil.
Juntamente a Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros, a soma da riqueza produzida na RM de Aracaju equivale a mais da metade do PIB sergipano em 2018. Nossa Senhora do Socorro responde 6,09% do PIB do estado, com valor a preços correntes de R$ 2,56 bilhões, o segundo maior do estado. Já São Cristóvão, responde por 2,13% do PIB sergipano, com um valor a preços correntes de R$ 895,76 milhões. Tanto Nossa Senhora do Socorro quanto São Cristóvão,
porém, vêm perdendo participação no total do PIB estadual. A Barra dos Coqueiros, por sua vez, aumentou sua participação, passando de 0,95% a 1,17% do PIB do estado, com um valor a preços correntes de R$ 491,07 milhões.
Municípios do semiárido são os mais afetados pela queda do PIB em 2018
Em ano marcado pela seca, os municípios do semiárido sergipano foram os mais afetados. Isso se deve ao peso da produção agropecuária nessa região. Dos 29 municípios que compõem semiárido sergipano, 23 perderam participação no PIB estadual. Outros três municípios mantiveram a participação percentual de 2017. Apenas em Aquidabã, Propriá e Canindé de São Francisco tiveram aumento de participação no PIB entre 2017 e 2018. No total, somando o PIB dos 29 municípios do semiárido, houve ganho de participação, mas apenas em razão do avanço de 1,1% registrado em Canindé de São Francisco, o município com o
terceiro maior PIB do estado, graças, sobretudo, à usina hidroelétrica que hospeda. Sem Canindé de São Francisco, o semiárido teria perdido cerca de 0,9% de participação na riqueza produzida em Sergipe.
Depois de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e Canindé de São Francisco, os maiores PIBs do estado estão no agreste (Itabaiana, com R$ 1,80 bilhão) e no litoral (Estância, com R$ 1,70 bilhão). Juntos, esses cinco municípios respondiam por mais de 60% da riqueza gerada em 2018. Apenas mais um município supera R$ 1 bilhão em valor do PIB: Lagarto, com R$ 1,47 bilhão.
Considerando os principais setores de atividade da economia, Riachão do Dantas passou a ser o município com maior valor adicionado na agropecuária, com uma produção de R$ 102,18 milhões, ultrapassando Itabaiana e Lagarto, os dois municípios que encabeçavam o ranqueamento em 2017. Dessa vez, eles foram o segundo e terceiro municípios com maiores valores adicionados no
setor agropecuário. Estância e Neópolis completam a lista dos cinco municípios nessa
comparação.
No caso da indústria, o maior valor adicionado estava em Aracaju (R$ 2,14 bilhões). Canindé de São Francisco aparecia em segundo, com R$ 1,81 bilhão, seguido de Estância (R$ 481,93 milhões), Nossa Senhora do Socorro (R$ 369,89 milhões) e Itaporanga d’Ajuda (R$ 339,16 milhões). No caso dos serviços, Aracaju repete a primeira posição (R$ 9,92 bilhões), seguido de Nossa Senhora do
Socorro (R$ 1,06 bilhão), Itabaiana (R$ 923,21 milhões), Lagarto (R$ 560,46 milhões) e Estância (R$ 523,44 milhões).
Em 36 municípios, administração pública respondia por mais da metade do PIB
Com a queda da produção agropecuária em vários municípios sergipanos no ano de 2018, a participação da administração pública no PIB municipal aumentou. Em 2017, 28 municípios sergipanos tinham participação de mais de 50% da administração pública no valor adicionado do PIB. Em 2018, esse número saltou para 36. Em General Maynard (69,43%), Pedra Mole (66,62%), Amparo de São Francisco (66,17%), Telha (66,01%) e Pinhão (65,11%), a administração pública é responsável por cerca de 2 a cada 3 reais de valor adicionado no PIB. Desses cinco municípios, apenas Pinhão não está entre os dez menos populosos do estado. Mas a lista inclui municípios como Poço Redondo (54,24%), que está em 11o entre os municípios mais populosos do estado.
Apenas em sete municípios, a administração pública respondia por menos de 25% do valor
adicionado em 2018. Eles eram: Canindé de São Francisco (8,26%), Aracaju (19,90%), Rosário do
Catete (20,96%), Itaporanga d’Ajuda (22,43%), Laranjeiras (23,27%), Estância(24,18%) e Divin
Pastora (24,24%). Em valores absolutos, a administração pública tem os maiores valores
adicionados em Aracaju (R$ 3,00 bilhões), Nossa Senhora do Socorro (R$ 774,76 milhões), Lagarto
(R$ 464,47 milhões), Itabaiana (R$ 412,71 milhões) e São Cristóvão (R$ 336,43 milhões).