Diretor de vigilância epidemiológica afirma que o foco é reconhecer com antecedência a circulação de novas variantes da covid-19 em Sergipe

O diretor de vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, Marco Aurélio Goes, destacou o trabalho feito pelas vigilâncias epidemiológica e laboratorial em Sergipe para identificar de forma precoce novas linhagens do coronavírus que circulem no estado.

Ontem, a Fiocruz confirmou o primeiro caso de um paciente hospitalizado com Covid-19 em Aracaju infectado com a variante brasileira P.1, inicialmente, identificada em Manaus (AM). A nova cepa foi identificada, no início do mês de fevereiro, a partir da análise de amostras de um sergipano que trabalha em Manaus.

O paciente, mecânico de aeronaves, chegou à capital sergipana em 22 de janeiro com sintomas gripais e ficou de imediato em isolamento domiciliar, segundo atestam familiares. Todos os seus contactantes e familiares foram submetidos ao exame PCR, cujo resultado foi negativo para a Covid-19. O paciente necessitou de internamento em UTI, mas já recebeu alta.

Marco Aurélio destaca que, desde que surgiram novas variantes, mudou a forma de fazer vigilância. “Quando há um caso em que a pessoa esteve em um local com alguma variante de interesse epidemiológico, a amostra é enviada para análise do sequenciamento genômico no laboratório de referência (Fiocruz). O exame PCR detecta a presença do vírus, mas o sequenciamento permitirá indicar a qual linhagem pertence”, informou.

A detecção da variante P.1 em Sergipe ainda é considerada um caso importado, mas há a necessidade de redobrar os cuidados. “Uma doença infecciosa, uma doença viral que acontece em qualquer lugar do planeta pode ser um risco, mesmo para um local distante, quanto mais dentro de um mesmo país, de uma mesma área”, alertou Marco Aurélio.

Ainda segundo o diretor, a vigilância epidemiológica acompanha de perto as variantes que circulam em Sergipe para, junto com outros dados, avaliar a necessidade de uma nova rigidez no controle da pandemia.

Lacen

O Laboratório Central de Sergipe (Lacen) tem feito uma enérgica vigilância laboratorial para detectar no Estado a presença e circulação das três variantes do novo coronavírus de interesse mundial, dentre as mais de 800 descobertas. São elas a P1, de origem brasileira, a B.1.1.7., do Reino Unido e a 501.V2, da África do Sul, que têm a capacidade de se espalhar com mais facilidade do que outras versões do vírus.

Foram mais de 311 mil exames para a Covid-19 realizados pelo Lacen desde o início da pandemia até esta segunda, 22. Um salto quantitativo inimaginável até março do ano passado, considerando que o Laboratório Central realizava até 25 exames de investigação de vírus respiratórios por mês. Na crise sanitária pulou para 25 mil exames mensais. Foi preciso se reestruturar, se expandir para atender a demanda e a expectativa da sociedade.

Fonte: Ascom/SES
Foto: Divulgação/ASN

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