“Estamos aqui para falar bem alto, ao povo brasileiro, que não vamos aceitar ataques e nem o fim da nossa democracia”. A afirmação foi feita pelo prefeito Edvaldo Nogueira, na noite desta segunda-feira, 9, durante a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.
Presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o gestor da capital sergipana representou os prefeitos e prefeitas das cidades brasileiras, no ato histórico em defesa da democracia e em solidariedade aos três poderes, que contou com a participação dos governadores, representantes dos 27 estados, de ministros do Supremo Tribunal Federal, incluindo a presidente, Rosa Weber, além do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, procurador-geral da República, Augusto Aras, e dos presidentes do Senado em exercício, Veneziano Vital do Rêgo, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Em sua participação, Edvaldo reforçou o posicionamento da Frente Nacional, de repúdio aos atos antidemocráticos, ocorridos no domingo, dia 8, e destacou que a ação “lamentável representou uma tentativa de desestabilizar o país”. “Os municípios brasileiros não aceitam este tipo de ação, que vai além do ataque à democracia, mas que atinge uma base importante da nossa civilização, que é a cultura. O plenário do Supremo Tribunal foi jogado às ruas. Os gabinetes dos deputados, eleitos legitimamente pela sociedade, foram vandalizados. E, ainda, o que nos corta o coração, obras grandiosas, como o quadro de Di Cavalcanti, foram martirizadas. Não podemos aceitar essa barbárie. Por isso, nós, prefeitos e prefeitas, nos unimos aos governadores para hipotecarmos a nossa solidariedade aos três Poderes”, declarou.
O presidente da FNP lembrou também a reunião extraordinária que foi realizada pela entidade, na manhã desta segunda-feira, com a participação de mais de 80 prefeitas e prefeitos, e que resultou em um manifesto público de repúdio aos ataques terroristas. “Juntos, redigimos uma carta em que repudiamos veemente os ataques à democracia e o terrorismo perpetrado com a intenção de consumar atos antidemocráticos. Além disso, pedimos investigação e punição rigorosa dos participantes, financiadores e incentivadores, pelo vandalismo praticado contra as sedes dos três Poderes, e nos colocamos à disposição para atuar e colaborar com a manutenção da ordem nos nossos municípios”, frisou.
Edvaldo fez ainda um apelo, para que os representantes dos governos federal, estaduais, municipais, do Supremo, da Câmara dos Deputados e do Senado trabalhem conjuntamente “pela paz e pela união da nossa gente”.
“Essa é a maior lição que podemos tirar desta reunião, que representa o povo brasileiro. A democracia é o que nos une. Ela foi construída no nosso país com muito sangue, suor, muitas lágrimas e não podemos deixar que ela acabe por qualquer motivo. Somos um único povo, e precisamos afirmar que o Brasil, como um país soberano, necessita de paz, trabalho, de desenvolvimento e progresso”, defendeu o presidente da FNP, reafirmando, junto ao presidente Lula, “o compromisso de contribuir com a construção deste país que tanto sonhamos”. Além de Edvaldo, também participou da reunião o prefeito de Belém (PA), Edmilson Rodrigues.
No encontro com governadores e representantes dos 27 estados brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu aos participantes pelo gesto. “Quero agradecer a vocês, porque é uma demonstração de que aqui nesse país é possível tudo. É possível discordar, é possível fazer passeata, é possível fazer greve. A única coisa que não é possível é querer acabar com a nossa incipiente democracia, que tanto sofreu já com o golpe da presidenta Dilma”, afirmou.
O presidente reiterou ainda que “não vai permitir que a democracia escape das nossas mãos, porque ela é a única chance de garantir a esse povo humilde, que vive na periferia, dormindo na rua, que consiga o direito de comer três vezes por dia ou que consiga o direito de trabalhar. Essa é a única razão pela qual voltei a ser presidente da República”.
(Da assessoria)