Professora Beatriz Góis Dantas, da UFS, receberá o Prêmio Excelência Acadêmica da ANPOCS

Beatriz Góis Dantas irá receber o Prêmio no dia 25 de outubro, durante o 47º Encontro Anual da ANPOCS, a realizar-se em Campinas/SP.

Criada em 1977 para reunir pesquisadores nas áreas de Antropologia, Sociologia e Política, a Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS) é responsável pela premiação.

Em 2013, a diretoria da entidade instituiu uma premiação “destinada a reconhecer colegas por suas contribuições acadêmicas, pelo impacto de sua destacada produção intelectual, e por seu trabalho institucional em prol das Ciências Sociais”. Considerando-se as diferentes áreas de atuação das Ciências Sociais, foram criados três prêmios que vêm sendo concedidos a destacados cientistas sociais brasileiros que trabalham nas áreas de Antropologia, Sociologia e Política.

O prêmio na área de Antropologia tem como patrono Gilberto Velho, e em edições anteriores agraciou diversos professores e pesquisadores vinculados a USP, Unicamp, UNB, Museu Nacional, UFRS, sendo agora concedido a uma professora que fez carreira na Universidade Federal de Sergipe.

Beatriz Góis Dantas irá receber o Prêmio no dia 25 de outubro, durante o 47º Encontro Anual da ANPOCS, a realizar-se em Campinas/SP.

SOBRE BEATRIZ E SUA OBRA

Beatriz Góis Dantas nasceu em Lagarto (SE) em 1941. Graduada em Geografia e História pela Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe e mestra em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é pesquisadora nas áreas de religiões afro-brasileiros, etno-história indígena, cultura popular e patrimônio imaterial. Escreveu mais de dez livros, dentre os quais se destaca Vovó Nagô e Papai Branco (1988) reeditado em inglês em 2009 pela Universidade da Carolina do Norte nos Estados Unidos. Tem dezenas de trabalhos publicados em obras coletivas e revistas especializadas. A obra inaugural A Taieira de Sergipe – Pesquisa sobre uma dança tradicional do Nordeste já conta com três edições.


Em 1970, implantou e dirigiu o Departamento de Cultura e Patrimônio Histórico (DCPH), órgão da Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Sergipe, quando deu início à reorganização do Arquivo Público do Estado de Sergipe, que completa seu centenário este ano. Nesta instituição encontrou grande parte da documentação que serviu de apoio ao reconhecimento da Ilha de São Pedro e Caiçara como território indígena do povo Xokó.


Dedicou especial atenção à preservação do patrimônio cultural sergipano nas suas diversas formas de expressão. Integrou o grupo do Iphan que preparou o dossiê sobre a renda irlandesa reconhecida oficialmente como Patrimônio Cultural do Brasil. É professora emérita da Universidade Federal de Sergipe, instituição na qual desenvolveu sua vida acadêmica lecionando na graduação e pós-graduação. É membro da Associação Brasileira de Antropologia, do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e da Academia Lagartense de Letras.

Algumas obras publicadas

A Taieira de Sergipe – Pesquisa sobre uma dança tradicional do Nordeste (1972, 2012, 2022);
Terra dos Índios Xocó (1980);
Vovó Nagô e Papai Branco – Usos e abusos da África no Brasil (1988);
Repertório de Documentos para a História Indígena – Arquivo Público Estadual e Sergipe: Coleções Clero e Câmaras Municipais. vol. 1;
Rendeiras de Poço Redondo: vida e arte de mulheres que batem bilros no sertão do São Francisco (2002);
Rendas e Rendeiras no São Francisco: estudos e documentos sobre a renda de bilro de Poço Redondo (2006);
Destinatário Felte Bezerra: cartas a um antropólogo sergipano (1948-59 e 1973-85). Org. em parceria com Verônica Nunes (2009);
Nagô Grandma & White Papa: Candomblé and the creation of afro-brazilian identity (2009);
Mensageiros do lúdico, mestres de brincadeiras em Laranjeiras (2013, 2022);
Encontro Cultural de Laranjeiras 40 anos do Simpósio (org.) (2015);
Devotos dançantes, estudos de etnografia e folclore (2015, 2022) .

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