Antônio Carlos Sobral Sousa – Professor Titular da UFS e Membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação
A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência, que surgiu no Brasil em 1999, com o objetivo impedir a gravidez indesejada, mas apenas em casos específicos, como o rompimento do preservativo na hora da relação, esquecimento do uso do anticoncepcional, ou ainda, em casos de violência sexual. A pílula é composta por um hormônio presente nos anticoncepcionais de rotina, mas em doses bem mais elevadas, que agem evitando a liberação do óvulo, retardando a fertilização. Caso a ovulação já tenha ocorrido, ela atua descamando o endométrio (tecido que reveste a parte interna do útero), ou seja, causando sangramento e impedindo, portanto, a implantação do embrião. Sua eficácia é inferior à da pílula anticoncepcional normalmente usada no dia a dia, e varia em função do tempo gasto para ingeri-la, ou seja: quanto maior a demora na ingestão, maior será a chance de engravidar.
Segundo informe da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde (MS), nas duas primeiras semanas de janeiro de 2024, foram notificados 54.000 casos e 361 óbitos por Covid-19, no Brasil. Vale ressaltar, todavia, que 34.050 casos e 260 óbitos, ocorreram na segunda semana, sinalizando, portanto, aumento, tanto no número de casos quanto no número de óbitos, quando comparada com a primeira semana do ano em curso. Entretanto, essa oscilação pode estar influenciada pela capacidade dos municípios e estados na captação dos casos e óbitos no período analisado. O MS recomenda: “A vacinação em dia é a melhor forma de prevenir a Covid-19, suas formas graves e óbitos, principalmente nas populações mais vulneráveis. Por isso, é fundamental que se você está com as vacinas em atraso ou ainda não iniciou seu esquema inicial de vacinação, procure uma unidade de saúde para reforçar a proteção contra a doença. Também é importante iniciar e completar a vacinação das crianças, pois a infecção pelo vírus pode trazer riscos e sequelas”. Vale também lembrar o relevante papel protetor, desempenhado pelas das medidas não farmacológicas: a) uso de máscaras, principalmente para os grupos de maior risco e, também, para aqueles com sintomas compatíveis com Covid-19, que devem buscar testagem e atendimento nos serviços de saúde e seguir as orientações médicas; b) conservar o hábito de higienização das mãos com álcool 70% ou água e sabão, ações importantes na prevenção contra vários patógenos; c) limpeza e desinfecção adequadas de ambientes e evitar aglomerações, dando preferência para espaços abertos e bem ventilados.
Para os idosos com mais de 65 anos de idade ou os imunodeprimidos que, infortunadamente, foram acometidos pela Covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, gratuitamente, o antiviral Nirmatrelvir/Ritonavir, que deve ser usado até o quinto dia após o início dos sintomas, para reduzir o risco de internações, complicações e mortes pela doença.
Essa semana, fui assaltado por uma pergunta inusitada! Uma paciente que se recusou a ser imunizada contra o ardiloso SARS-Cov-2 me telefonou dizendo que estava apresentando sintomas gripais e que tinha testado positivo para virose. Como estava preocupada com um eventual desfecho desfavorável, ela questionou se a vacina teria eficácia, uma vez contraída a doença? Respondi que não existe a “vacina do dia seguinte”, à semelhança do que ocorre com os anticoncepcionais e que os imunizantes só devem ser aplicados, 30 dias após o evento agudo.
Segundo o escritor, dramaturgo e humorista, Jô Soares: “Antes de morrer, sua vida inteira passa diante dos seus olhos. Faça com que valha a pena assistir”.