Cerca de 117 mil pessoas relataram insegurança alimentar grave em Sergipe, revela IBGE

O IBGE divulgou nesta quinta-feira (17/09) dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018 (POF 2017-2018) referentes ao tema “Análise da Segurança Alimentar”, com as prevalências de segurança alimentar segundo a Escala Brasileira de Medida Direta e Domiciliar da Insegurança Alimentar (EBIA). Em Sergipe, 40 mil domicílios se enquadravam na situação mais crítica da escala, isto é, de insegurança alimentar grave. Nesses domicílios, viviam cerca de 117 mil pessoas.

Insegurança alimentar grave envolve redução na quantidade de alimentos de adultos e crianças

De acordo com a EBIA, a insegurança alimentar grave se caracteriza por uma ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos que atinge todos os moradores do domicílio, sejam eles adultos, sejam eles crianças. Os cerca de 40 mil domicílios que se enquadravam nessa condição representavam 5,4% do total de 749 mil domicílios sergipanos no período 2017-2018. Apesar de ser o menor percentual da região Nordeste, cuja média ficou em 7,1%, a proporção é mais que o dobro da observada na região Sul, onde o número ficou em 2,2%. A situação de insegurança alimentar grave é mais crítica na região Norte, onde 10,2% dos domicílios reportaram essa condição.

Mais da metade da população sergipana apresenta algum tipo de insegurança alimentar

Considerando as demais posições da EBIA, verificou-se que mais de metade das pessoas residentes em Sergipe tinha algum tipo de insegurança alimentar no período investigado. Em números absolutos, essas pessoas contabilizavam cerca de 1,173 milhão de pessoas, ou aproximadamente 51,7% da população. Elas se subdividiam em três grupos relativos ao grau de insegurança alimentar: leve, moderada ou grave.

Do total de pessoas que viviam em domicílios com insegurança alimentar, a maioria estava na situação menos crítica da escala: 760 mil pessoas em situação de insegurança alimentar leve, o que indica uma preocupação ou uma incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro ou uma alimentação inadequada resultante de estratégias que têm por objetivo não comprometer a quantidade de alimentos consumidos.

 A insegurança alimentar moderada, por sua vez, indica uma efetiva redução quantitativa de alimentos no domicílio e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos, mas, em ambos os casos, com repercussão direta restrita aos adultos. Em Sergipe, eram 296 mil pessoas nessa condição. As outras 117 mil pessoas estavam na condição de insegurança alimentar grave, com redução quantitativa e/ ou ruptura de padrões resultante da falta de alimentos com repercussão direta para todos os moradores do domicílio, inclusive as crianças.

Preocupação ou incerteza em relação à alimentação estava presente em 3 a cada 10 domicílios

 A chamada insegurança alimentar leve atingia 31,2% dos domicílios sergipanos, ou seja, estava presente em 233 mil domicílios. Nesses casos, havia preocupação ou incerteza no que diz respeito à capacidade de manutenção de acesso aos alimentos, o que leva os moradores a fazerem escolhas que podem colocar em risco a qualidade da dieta e a sustentabilidade alimentar da família. A proporção de domicílios nessa condição em Sergipe está acima da proporção registrada pela região Nordeste, de 29,8%. Na região Norte, a situação era pior e atingia 31,8% dos domicílios.

Na outra ponta da escala, estão os domicílios em situação de segurança alimentar. Nesses domicílios, há acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Em Sergipe, eles contabilizavam 386 mil, ou 51,5% do total de domicílios. Esse é o quinto maior percentual do Nordeste, o que coloca Sergipe numa posição intermediária entre os nove estados da região. Em termos populacionais, esses domicílios somam 1,096 milhão, o que representa 48,3% do total da população sergipana. A diferença entre os dois percentuais está relacionada ao menor número médio de moradores por domicílio nas unidades com segurança alimentar, as quais, via de regra, estão nas classes de rendimento mais altas

No Brasil, a segurança alimentar era mais prevalente nos estados das regiões Sul (79,3%) e Sudeste (69,2%), chegando a 86,9% em Santa Catarina. Nas regiões Norte (43,0%) e Nordeste (49,7%) ela atingia os percentuais mais baixos. No Nordeste, estava o estado com o menor percentual de domicílios em situação de segurança alimentar, o Maranhão, com 33,8%. Na região, a Bahia tinha o melhor percentual (54,7%) de domicílios em situação de segurança alimentar.

(Assessoria do IBGE em SE)

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