Ecoturismo em SE: Trilhas mais procuradas são as das serras da Miaba e Itabaiana

Eugênio Nascimento

Agora mais estimulado pelo poder público, o ecoturismo dá sinais de vida em Sergipe a aponta para uma tendência de crescimento, conforme os agentes que nesse segmento atuam. Trabalha-se com um público local. É aracajuano indo para o interior, é sergipano descobrindo e gostando cada vez mais Sergipe. As trilhas conseguem despertar.

Em sua  maioria, o público é do próprio estado e é formado em maior quantidade e formado por adolescentes. Há predominância de jovens e adultos até a meia idade. “É um público parcialmente leigo em relação ao que realmente é Ecoturismo, mas uma boa parcela é preocupada com causas ambientais, apesar dessa preocupação estar limitada apenas com lixo nas trilhas e desconhecer outros impactos associados à visitação desordenada”, explica Elias Solva, guia de turismo especializado em atrativos naturais.

Silva, que também é espeólogo pelo Centro da Terra, grupo espeológico de Sergipe, observa que parte dos praticantes do ecoturismo, vê a atividade de caminhada em trilhas mais como atividade física, superação de desafios do que como interpretação e educação ambiental. Mas isso é reflexo do que é vendido como Ecoturismo pelas agências que atuam no segmento.

Elias Solva, guia de ecoturismo, na Cachoeira da Água Fria, Campo do Brito, Serra da Miaba (Fotos: divulgação)

Opções mais procuradas

Apesar de Sergipe possuir potencial para as chamadas Trilhas de Longo Curso (Também conhecidas como Trekking ou Travessias), que são trilhas com duração de dois dias ou mais, onde é necessário pernoitar em acampamentos) o que é vendido comercialmente por agências são apenas trilhas de curta duração. Serra da Miaba e o Parque Nacional Serra de Itabaiana são detentores das trilhas mais procuradas.

Nessas localidades é possível fazer trilhas curtas de menos de 1km de caminhada, e as mais longas não chegam a mais de 15 km,  sendo o total percurso de ida e volta. Vale destacar que o que está sendo considerado aqui são as trilhas técnicas, em que a caminhada é feita realmente em trilhas, e não em estradas. Há um erro na divulgação por parte de quem vende esse tipo de atividade, já que há uma diferença entre trilha e estrada. Nem toda caminhada na natureza é considerada “trilha”, por isso é importante saber diferenciar o que é caminhada em trilha e caminhada em estrada, pois há atividades de caminhada em estrada sendo vendidas como trilha.

Uso abusivo

Ecoturismo, via de regra, se caracteriza por condução na natureza de grupos pequenos. Essa regra visa diminuir os impactos da visitação nas trilhas e atrativos naturais, além de dar mais atenção e segurança ao grupo, bem como facilitar na transmissão de informações durante a interpretação ambiental. No entanto se convencionou a operação de atividades na natureza com grandes grupos, o que acaba descaracterizando a atividade do Ecoturismo e difundindo uma prática que tem crescido assustadoramente, com consequências preocupantes, que é o Turismo de Massa em áreas naturais.

Esse tipo de prática  leva às já tão surradas trilhas e atrativos grupos de no mínimo 40 pessoas por excursão. Por vezes há várias excursões de agências diferentes na mesma data e roteiro, o que leva a uma sobrecarga das trilhas e atrativos que também são frequentados por comunidade locais.

Barato e saudável

Paga-se para fazer trilhas, mas o custo é pequeno e as trilhas são agradáveis.  As agências costumam cobrar em média R$ 60  por pessoa, para atividades de um dia. Há uma variação para mais quando o roteiro é mais distante, como na região de Canindé de São Francisco, ou quando há atividade de rapel inclusa ou quando está associada a outra atividade extra.

Em Sergipe, os ecoturistas trilheiros estão mais em atividade nos finais de semana, sábado e domingo, sendo que nos domingos há maior frequência. Mas, ainda assim, é difícil quantificar os praticantes do ecoturismo. “É visível que por agências tem crescido muito o número de pessoas que procuram a atividade. É difícil responder porque além de agências e Guias de Turismo credenciados que oferecem a atividade, há também a atuação de clandestinos que oferecem excursões para diversos roteiros em Sergipe, sendo uma prática ilegal”.

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