Laranja e coco em queda, mas entre as principais culturas de Sergipe

Laranja e coco-da-baía ainda estão entre as principais culturas do estado, apesar da perda de protagonismo Entre as culturas permanentes, os principais produtos em Sergipe ainda são a laranja e o coco-da-baía. No caso do coco, o estado é o terceiro maior produtor do Nordeste com 152,8 milhões de frutos. Sergipe fica atrás apenas da Bahia (333,7 milhões de frutos) e Ceará (302,7 milhões de frutos).  Apesar da posição entre os nove estados do Nordeste, o produto vem perdendo espaço na agricultura sergipana.

Em 2019, Sergipe registrou a menor área colhida na série histórica da PAM (Produção Agrícola Municipal), iniciada em 1974, chegando 22.861 hectares. Em 1992, foram mais de 50.971 hectares de área colhida. A quantidade produzida, por sua vez, atingiu o ápice em 2008, quando chegou a 281,4 milhões de frutos.

Para Hellie Mansur, coordenadora do PAM para Sergipe,  “essa redução já era esperada porque temos muitos coqueirais antigos em Sergipe, com baixa produtividade e com pouca viabilidade econômica”. Em Sergipe, as maiores produções do fruto estavam em Estância (38,9 milhões de frutos), Santa Luzia do Itanhy (24,5 milhões de frutos) e Neópolis (19,0 milhões de frutos).

Laranja

No caso da laranja, principal cultura permanente do estado, a quantidade produzida em 2019 ficou em 364.766 toneladas. Sergipe é o segundo maior produtor da fruta na região Nordeste, ficando atrás da Bahia, com uma produção de 574.211 toneladas. Apesar da posição de destaque no Nordeste, a laranja está em um patamar significativamente abaixo dos recordes registrados na década de 1990: a produção ficou acima de 4 milhões de toneladas, por exemplo, em 1991, 1993, 1994 e 1997.

Entre os cítricos, Sergipe também era o segundo maior produtor regional do limão, com uma produção de 14.411 toneladas, também atrás da Bahia, com 69.676 mil toneladas. Em 2019, o limão estava entre as dez culturas mais importantes do estado em termos de valor de produção. A lista completa, em ordem decrescente, contém: milho em grão, laranja, cana-de-açúcar, coco-da-baía, batata-doce, mandioca, abacaxi, banana (cacho), manga e limão.

 Migrando do feijão ara o milho

O crescimento da produção de milho motivou a queda do feijão em Sergipe.  Um fator importante na diminuição de produção do feijão é a redução da área plantada do produto. Em 2019, foram apenas 5.959 hectares, o menor valor desde 1988, quando a variável de área plantada passou a ser incluída na PAM. Em 1995, foram 81.383 hectares, cerca de 13,7 vezes mais do que em 2019.

Segundo Hellie Mansur, “em relação ao feijão, percebe-se uma falta de interesse por parte do produtor rural, que tem migrado para o plantio de milho. Isso se explica em parte pelo fato de o manejo do milho ser mais facilitado”, aponta. O maior produtor de feijão no estado era Poço Verde, com 1.440 toneladas produzidas em 2019.

Batata doce em alta

Hellie Mansur avalia ainda que , “o aumento da produção da batata-doce se dá em um cenário de maior demanda no mercado, além de preços favoráveis por quilo”. Ela destaca que, “em 2018, alguns locais não tiveram água para realizar a plantação irrigada da batata-doce, o que afetou a produção no ano anterior”.

O aumento na quantidade produzida foi acompanhado de aumento na área plantada e de um aumento de produtividade. Em 2018, foram plantados 2.709 hectares, ao passo que em 2019 a área plantada chegou a 3.791 hectares. O rendimento médio por hectares, por sua vez, passou de 10.910 quilogramas em 2018 para 13.598 quilogramas em 2019. Sergipe é o sexto maior produtor de batata-doce do Brasil, com Itabaiana (23.750 toneladas) e Moita Bonita (19.200 toneladas) responsáveis por mais da metade da produção no estado.

(Com dados da assessoria do IBGE em Sergipe)

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