A droga “milagrosa” e sua perigosa (ardilosa) aposta política

José Carlos Santana – Médico cardiologista e professor

Segundo as autoridades de saúde internacionais, na média mundial, 80% dos pacientes infectados pelo COVID-19 desenvolvem a forma leve da doença e evoluem NATURALMENTE para CURA em torno de 2 a 3 semanas; 10% terão as formas moderadas com desfechos favoráveis pelo tratamento clínico domiciliar e os outros 10% são aqueles que evoluem com as formas graves e críticas, aqui com maior proporção de idosos e portadores de comorbidades, que irão para enfermarias e UTIs dos hospitais para tratamento com múltiplas combinações medicamentosas, respiradores etc. Desse último grupo a metade, 5% do total de doentes, evoluem para o óbito.


Usando ou não o famigerado “coquetel cloroquinado” os 80% dos pacientes do grande grupo, ou seja, aqueles que a sua imunidade consegue se defender com sucesso do parasita, terão pouca ou nenhuma diferença estatística, exceto os 2 a 5% de efeitos colaterais, que podem até ser fatais, da Cloroquina.


A leitura será: A população infectada tomando o “coquetel placebo” terá 80% de pessoas que, agora, dirão que foram salvas por ele, nem precisaram de hospital e, por “ingênua” indução, creditarão o “milagre terapêutico” ao santo remédio com méritos para aqueles que mesmo sem o conhecimento científico necessário, o defenderam como salvação… e nas urnas futuras os votos serão mais felizes e eufóricos, exceto, claro dos que sucumbiram nas urnas fúnebres.

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