José Carlos Santana de Oliveira – Médico e ex-professor da UFS
As informações contidas neste artigo não têm qualquer conflito de interesse muito menos o propósito de polemizar condutas médicas, mas, apenas, de disponibilizar informações científicas sobre questões contemporâneas trazidas pelas múltiplas tentativas terapêuticas contra o SARS-CoV-2 para que VOCÊ possa ter o conhecimento e opções.
A Gripe é uma doença viral com inúmeros sorotipos que afeta mamíferos e aves e, certamente, está entre as mais antigas das doenças infecciosas e parasitárias desde o surgimento dos animais mais complexos há milhões de anos. Propaga-se globalmente em ciclos sazonais de epidemias, as quais provocam anualmente entre 3 e 5 milhões de casos graves e entre 250.000 e 500.000 mortes.
Curiosamente seus inúmeros mutantes agentes etiológicos, os vírus, desde então, se tornaram especialistas na incrível capacidade de “reprodução”; na esperteza de se disseminar usando as gotículas respiratórias, da saliva ou dos fluidos eliminados através do espirro, diretamente de um indivíduo para outro, como “trens lotados”, ou da contaminação de objetos que depois possam ser levados às mucosas; além do parasitismo intracelular obrigatório. Mas, estrategicamente, sem o “interesse” de eliminar (matar) o hospedeiro que, à luz de uma leitura da natureza, quando acontece esse desfecho será por mero “acidente” determinado por fragilidades do hospedeiro, “desconhecidas” pelo parasita, e que trará como consequência a morte de ambos.
A COVID-19 e as demais Gripes, diferentemente de outras viroses como o Sarampo, a Varicela, a Caxumba, a Chikungunya etc, não têm um “padrão clínico” estabelecido podendo se apresentar de várias maneiras, inclusive sem sintomas.
A IVERMECTINA (C48H74O14) é um quimioterápico anti-helmíntico derivado da abamectina, uma avarmectina originária da fermentação dos fungos Streptomyces avermitilis. Depois de cientificamente avaliada se revelou como uma eficiente droga anti-parasitária (contra insetos e vermes) que está no mercado farmacêutico desde o ano de 1981, portanto há 40 anos.
Tem como mecanismo de ação alterar a permeabilidade das membranas celulares (os vírus não possuem essa membrana) modificando, fatalmente, seu equilíbrio e causando-lhes paralisias e a morte.
No organismo humano é metabolizada no fígado, não se conhecendo (até porque não há essa indicação) os possíveis danos hepáticos, renais, musculares ou neurológicos determinados pelo seu uso no longo prazo.
Numa desesperada corrida em busca de um tratamento emergencial a comunidade científica mundial vem experimentando, também, através do antigo e pouco científico modelo de tentativa-erro, vários “tratamentos” que vão dos alimentos e chás milagrosos, as vitaminas, minerais, drogas (como a Cloroquina, Ivermectina, Nitazoxanida…) sem qualquer randomização ou respeito aos protocolos que justificam a própria evolução da ciência médico-farmacêutica.
São os estudos observacionais com baixos níveis de recomendação e de evidências.
Apenas 1/3 dos estudos analisados até o momento indicam o sucesso da Ivermectina em reduzir o material genético do vírus in vitro. Entretanto, ao se considerar o organismo humano, a dose utilizada nos estudos in vitro torna-se inviável, pois, proporcionalmente, seria necessário uma dose de 1000 a 1200mg o que determinaria a intoxicação química aguda com consequências graves como ataxias e convulsões.
Os testes in vitro são os primeiros passos para a criação de novos medicamentos. Mas nem sempre os resultados conseguidos in vitro obtém êxito in vivo.