Adeus à amiga TB

Antônio Carlos Sobral Sousa – Professor Titular da UFS e Membro das Academias Sergipanas de Medicina, de Letras e de Educação

Descansou um ícone do jornalismo sergipano, Thais Bezerra ou “TB”, como gostava de ser alcunhada. Tão difícil quanto subir na carreira profissional é se manter,com credibilidade, em um mundo cada vez mais competitivo. Nas mais de quatro décadas de trabalho, TB construiu, com muita luta, perseverança, zelo e criatividade, sólida base profissional, razão do seu reconhecido sucesso. Como amigo desde os tempos da adolescência e, posteriormente, também como médico, foi possível testemunhar o espírito de gratidão e a capacidade inovadora com que executava os seus projetos, o que lhe fez credora da admiração dos seus leitores. O seu caderno dominical, inicialmente na extinta Gazetinha e, posteriormente, no Jornal da Cidade, alavancava as vendas dos respectivos periódicos, já que passou a se constituir em leitura obrigatória por parcela significativa da sociedade sergipana. Por sua vez, o lançamento, anual, da “Agenda TB”, era uma concorrida efeméride.


Como pessoa humana, TB era vibrante, amava viajar, especialmente para a capital francesa, onde gostava de comemorar, repetidamente e na companhia de amigos, o seu aniversário, deixando a “Cidade das Luzes”, mais iluminada. Amante do estilo de vida saudável, se esmerava no cumprimento de uma dieta saudável e era convicta de que o exercício físico tanto é alimento para o corpo, como, também, para a alma. Tinha uma personalidade marcante, era comunicativa e sabia fazer e cultivar amizades. Era uma sentimental, não limitava o seu horizonte a si mesma, à sua família, à sua profissão, ia muito além, estendia-se a muitos que necessitavam de sua ajuda.


No apagar das luzes do mês de março de 2024, seu coração silenciou, vencido pela cruel neoplasia maligna, que tem aterrorizado o mundo moderno e não para de contabilizar, em seu pedágio, inúmeras vítimas. Todavia, Thais Bezerra deixou o legado do espírito guerreiro e do profissionalismo na arte de comunicar, virtudes que a mantiveram, sempre na vanguarda. Cabe aqui o pensamento de Cícero em Paradoxos: “A morte é horrível para aqueles a quem tudo se extingue com ela, mas não para aqueles cujo bom nome não morrerá”.

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