Aos 88 anos, faleceu na madrugada de hoje, às 4h, o empresário Raimundo Juliano. Estava com covid-19 e há três semanas em tratamento no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Raimundo Santos Souto, o hoje conhecido por todos os sergipanos como Raimundo Juliano, nasceu em 8 de julho de 1932 na cidade de Estância. Era filho do empresário Agripino Roque Santos e Mariath Amado Souto Santos, começou a trabalhar como engraxate aos sete anos para juntar dinheiro e assistir filmes de Cowboy no cinema.

Aos dez anos de idade passou a vender jornais e revistas e foi quando começou a fazer suas primeiras economias. Um ano depois, foi convidado para trabalhar como balconista na Loja Esperança que comercializava tecidos no município de Estância. O garoto se destacou na função e se tornou pracista da empresa atacadista “José Pinheiro Avelos”, acumulando, precocemente, dois empregos.
Em 1957, aos 25 anos, depois de juntar por tanto tempo suas economias, conseguiu comprar seu primeiro empreendimento, o famoso Bar Central, localizado na Rua Capitão Salomão, local estratégico, já que era um ponto de parada em Estância dos ônibus que iam para Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, além de linhas para Indiaroba via Santa Luzia, Aracaju via Sapé, Salgado e outras.
Em 1964, um marco. É inaugurada a Distribuidora Antártica Zona Sul e se torna atacadista de cervejas e refrigerante, além de idealizador de festivais de cerveja em Estância. E a partir disso, surgiu a Distribuidora de bebidas Disberj, fundada em 1970, em Aracaju. Vale lembrar que quando o empresário começou seu negócio de distribuidora da Antártica, a cerveja tinha apenas 10% do mercado que era dominado pela Brahma. Mas graças ao empenho e dedicação de Souto, passou a rivalizar com sua concorrente, conquistando 50% da fatia do mercado na década de 1980, além de 20% do mercado de refrigerantes.
Pouco a pouco os negócios foram expandindo e surgindo outras empresas em seu grupo, a exemplo da DISCAR-Distribuidora de Carros, Fasouto-Faria Souto Comercio Ltda, Posto de Gasolina Riomar, Souto Teles Construção, Souto Teles Iluminação, Grande Hotel, aquisição do Dantas Campos & Cia, que mais tarde se chamaria “A Elétrica Souto Teles & Cia”, além de atividades pecuaristas, por meio das fazendas Itaperoá e Castelo, que contribuem para geração de renda e para a preservação e sustentabilidade do meio ambiente de Sergipe.
(Com dados fornecidos pela família e de sites)