Educação em Sergipe: taxa de distorção idade-série do 6º ano obteve 2ª maior queda do Brasil

Dentro da programação virtual da Jornada Pedagógica 2022, a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) realizou na tarde desta quinta-feira, 10, o Seminário Institucional do Programa Sergipe na Idade Certa (ProSic), que marca o início das atividades para o ano letivo de 2022. A atividade ocorreu no YouTube e reuniu professores, gestores, técnicos pedagógicos e comunidade escolar.

De acordo com o Censo Escolar, a taxa de distorção idade-série do 6º ano do Ensino Fundamental de 2021 obteve a 2ª maior queda do Brasil. Em 2020 a taxa era 38,7% e em 2021 caiu para 28,8%, acompanhando uma tendência também verificada para os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, conforme explica a professora Ana Lúcia Lima, diretora do Departamento de Educação da Seduc e coordenadora do programa.

“Em relação aos anos iniciais em 2019, Sergipe estava em 19º lugar, com 21,06% de distorção; já em 2021, assumimos a 16ª colocação, diminuindo para 10,81%. Nos anos finais, saímos da 26ª (42,81%) para a 25ª colocação (22,77%). Tivemos avanços, porém com o recorte no mês de maio, ficamos com alguns resultados que somente serão consolidados no próximo ano”, relatou Ana Lúcia Lima.

O governador Belivaldo Chagas destacou que esse é mais um parâmetro que mostra a Educação como uma das prioridades do Governo, uma política de Estado, e que Sergipe está no caminho certo para a formação dos jovens.

No encontro, gestores das escolas que aderiram ao programa em 2019 relataram as experiências vivenciadas nas unidades de ensino durante a enturmação dos estudantes identificados com distorção idade-série. A diretora do Centro de Excelência Gonçalo Rollemberg Leite (Aracaju), Liliane Pina, foi uma delas.

“Nós implementamos quatro turmas do Prosic, duas pela manhã e duas pela tarde, com o total de 120 estudantes. Finalizamos o ano letivo de 2021 com 0% de distorção. Foi uma grande vitória, e atualmente o nosso Ensino Fundamental não tem alunos em distorção. É muito importante que todos façam a adesão ao Prosic porque vale a pena. Todos os alunos falam a mesma língua nas turmas do programa”, disse.

Na Escola Estadual Zumbi dos Palmares (Nossa Senhora do Socorro) o Prosic iniciou de forma tímida com o agravante de alto índice de distorção. Porém, já existem quatro turmas implementadas para atender ao público com essa condição, e a diretora, Emanuelle Feitosa, relata:

“Aqui na Zumbi nós tínhamos um alto índice de distorção, alunos com baixa autoestima, baixa expectativa de vida escolar, e o Prosic trouxe um novo horizonte para eles. No início os professores ficaram receosos porque o novo assusta e é desafiador, mas nós nos demos as mãos e galgamos caminho de sucesso porque entendemos que o aluno é nosso foco e ele precisa aprender”.

Já a diretora Jolie Guimarães, da Escola Estadual Poeta João Freire Ribeiro (Nossa Senhora do Socorro) os dados também são animadores. “Em 2019, a distorção idade-série era de 53%. Nós tínhamos o 6º ano “inchado” porque os alunos continuavam reprovando. Nós solicitamos a adesão ao programa e iniciamos a formação. Tivemos muito apoio e tem sido um sucesso. De 2019 para 2020 tivemos uma queda de 6%, já de 2020 para 2021 reduzimos mais 29%. A escola já estava adaptada e os professores entendendo melhor a proposta do programa. A meta agora é reduzir em 12% para o ano de 2022”, concluiu.

O seminário também contou com a colaboração da coordenadora do currículo de Sergipe etapa Educação Infantil, Maria José Barreto Alves. Ela discorreu sobre a consolidação da alfabetização, promovendo um debate profundo sobre as habilidades do letramento no processo social e de desenvolvimento consequente da educação.

“A habilidade vai se ampliando quando a criança lê e compreende, e depois ela já propõe pesquisar, planejar e produzir texto. Então, são habilidades que exigem uma progressão que se espera que o aluno desenvolva desde o 1º, 2º e 3º anos e que sejam consolidadas e ampliadas nos próximos anos”, relembrou Maria José Barreto.

No que tange à formação continuada, o professor Everton Pereira, coordenador de formação do ProSic, apresentou a proposta do Currículo de Sergipe, regido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que inclui a parte diversificada preponderante para o alcance das competências e habilidades a partir, também, de oficinas de letramento, numeramento e de projeto de vida, por exemplo. Além disso, a produção de material próprio, com caderno de atividades contendo temas integradores; orientações com o guia para implementação do programa Sergipe na Idade Certa, Formação Continuada de março a dezembro de 2022 etc.

“Nosso interesse é trazer essas crianças e adolescentes de volta para uma trajetória de sucesso escolar, e eu gosto de me utilizar como exemplo porque fui aluno em distorção. Reprovei dois anos e eu tinha um potencial latente que eu não sabia, inclusive terminei o mestrado recentemente. Os sujeitos mudaram ao longo do tempo, e esse sujeito em distorção idade-série começa a criar planos e projetos de vida que fazem com que ele se afaste da escola. Nesse sentido, a escola precisa ser diferente, e esse estudante precisa ter um olhar diferente também para que não a abandone”, disse.

Em 2022, o programa Sergipe na Idade Certa terá como metas a expansão para os municípios sergipanos por meio de termo de adesão; decreto instituindo o ProSic como Política de Estado; ampliação do programa para o Ensino Médio e lançamento do guia de implementação.

Fonte e foto: ASN

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