Em Poço Redondo, sertanejos se unem na produção de filme sobre cangaço, coronelismo e outros temas…e sonham alto

No município de Poço Redondo, a 174 km de Aracaju (SE), está sendo gravado o filme “Zé da Cupira, o cangaceiro de Poço Redondo”. Trata-se de um longa metragem que conta a história (ficção com personagens que realmente existiram) de dois grupos de cangaceiros, expõe a presença do coronelismo e fatos ligados à igreja e ao dia a dia dos sertanejos, alguns dos quais com boas dosagens de humor.

Sendo construído na base do 0800 (na verdade, com  custo baixo e pago pelo próprio diretor, Antônio Alberto Patriota da Silva, o Beto Patriota),  o filme mobiliza cerca de 100 pessoas todos os sábados e domingos, quando são rodadas as cenas. Ele gastou gastou cerca de R$ 10 mil na compra de equipamentos, incluindo a câmera.

Do total dos envolvidos, 28 são atores amadores de Poço Redondo (85% do elenco), Itabaiana, Arauá, Estância (SE) e de Piranhas (AL) e 06 são diretores os demais apoiam a produção. Os atores são pessoas que participavam de grupos de teatro nas escolas ou nas igrejas da região, a mais seca do Estado de Sergipe.

A única atriz classificada como profissional é Grazi Freitas, residente em Itabaiana. Ela também ajuda na direção. Patriota formou o elenco tendo como principal base o  “Grupo de Teatro e Xaxado na Pisada de Lampião”, que ele dirige em Poço Redondo. Mas há atores também do ‘Raízes Nordestinas’.

“Há um ambiente de satisfação com a realização das filmagens e com os fatos narrados/interpretados. Esse será um filme que vai dar muito o que falar”, diz Beto Patriota, também autor da história que gerou o filme.

Segundo ele, alguns atores que atuam na TV Globo e a TV Record têm demonstrado interesse no trabalho que vem sendo desenvolvido em Sergipe. Isso gera mais entusiasmo na equipe, que já pensa em pedir à Globo/Projac para realizar a edição do filme no Rio.

“Não tem nada acertado com o Projac, mas a gente quer ver se consegue essa ajuda. Seria muito bom”, comenta Patriota, um pernambucano que mora em Sergipe desde os 4 anos e aqui promove eventos no sertão. Toda a história do filme (56% já foi gravada) acontece em Poço Redondo, que tem uma área total de  1.212 km², cerca de 34 mil habitantes e é um dos municípios mais pobres do Brasil.

Beto Patriota, diretor do filme

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