Em Sergipe, mulheres realizam mais que o dobro de trabalho doméstico do que os homens

Uma mulher com 14 anos ou mais de idade em Sergipe dedicava cerca de 24,7 horas semanais aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) do IBGE para 2022. Entre os homens, porém, o número médio de horas semanais dedicadas a esse tipo de trabalho era de apenas 11,2, o que representa menos da metade do número médio de horas semanais observado entre mulheres. Essa diferença é a maior entre as 27 unidades da federação, de acordo com os dados do IBGE, que integram a 3ª edição do estudo “Estatísticas de Gênero – Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil”, divulgado nessa sexta-feira, 08 de março, Dia Internacional da Mulher.

Mesmo considerando apenas as pessoas ocupadas, ou seja, aquelas com algum outro tipo de trabalho na semana de referência da pesquisa, as mulheres em Sergipe continuam dedicando mais que o dobro de horas semanais aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos. Para as mulheres com 14 anos ou mais que estavam trabalhando, eram 21,3 horas semanais contra 10,4 horas semanais para homens na mesma condição. O estado é

o único no Brasil em que as mulheres ocupadas dedicam mais que o dobro de horas ao trabalho doméstico do que os homens. As diferenças são maiores nos grupos de idade de 30 a 49 anos (2,1 vezes) e de 50 a 59 anos (2,2 vezes).

O estudo mostra ainda que, entre as mulheres com idade entre 15 e 24 anos em Sergipe, 27,3% não trabalhavam, não estudavam e não estavam em treinamento. Para homens, a proporção ficou em 15,1%. Já entre as mulheres com idade entre 25 e 54 anos, a presença de criança com até 6 anos de idade no domicílio fazia o nível de ocupação cair de 57,7% (sem criança) para 50,4% (com criança). Entre os homens ocorre o inverso: o nível de ocupação em domicílios sem crianças era de 78,8%, mas saltava para 86,4% nos domicílios com crianças.

No quesito desemprego, o estudo constatou que a interseção de marcadores de gênero e de cor ou raça ainda são um obstáculo ao acesso de mulheres pretas ou pardas ao mercado de trabalho. Em 2022, a taxa média de desemprego no estado foi de 13,1%, sendo de 11,2% para homens e de 15,6% para as mulheres. Para as mulheres brancas, porém, a taxa de desemprego era de 12,4%, ao passo que para as mulheres pretas ou pardas ela atingia 16,7%.

Fonte: IBGE

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