Ensino Médio Integral: matrícula aumenta em 28,93% na rede pública de Sergipe

O modelo de educação integral em escolas de ensino médio da Rede Pública Estadual tem se mostrado uma política exitosa para a melhoria da qualidade do ensino público. A modalidade de ensino tem se mostrado um sucesso em todos os seus resultados, e agora também no aumento do número de matrículas, mesmo neste período de pandemia e aulas remotas. Em 2020, a matrícula total foi de 12.870 estudantes, passando para uma matrícula inicial de 16.594 alunos em 2021. Esses dados significam um salto de 28,93% na demanda pela modalidade de ensino.

O secretário de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura, professor Josué Modesto dos Passos Subrinho, pontua que a evolução não foi apenas na matrícula e relembra o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019.

“Sergipe está entre os estados, cujas escolas que ofertam a modalidade apresentaram melhores desempenhos em decorrência da implantação desse modelo, entre os anos de 2017 e 2019, conforme avaliação publicada pelo Instituto Sonho Grande. Nossas escolas que se enquadravam nessa situação tiveram um incremento de 23% no IDEB, e fomos o sexto estado com melhor desempenho”, destaca

A coordenadora geral do Núcleo Gestor de Educação em Tempo Integral (NGETI), Emanoela Ramos, disse que essa grande demanda de matrícula de novos alunos fez o Programa Estadual de Ensino Integral Escola Educa Mais atingir 23,33% das matrículas do Ensino Médio da rede estadual, em todas as suas modalidades. O número atual de alunos supera a meta inicial do NGETI, que era de 15.500 estudantes.

Atualmente a rede estadual possui 58 unidades de ensino que ofertam essa modalidade. Por ser matrícula inicial, o número de alunos ainda tende a aumentar, podendo em breve atingir uma das metas do Plano Nacional de Educação e do Plano Estadual de Educação, que é atender, pelo menos, a 25% dos estudantes do ensino médio.

Essa ascensão demonstra a confiança que o alunado tem no ensino público e que encontra no Tempo Integral, com sua gama diversificada de ações, como disciplinas eletivas, Projeto de Vida, clubes de protagonismo, além de outras atividades que despertam e estimulam no jovem a atitude protagonista.

Para explicar tamanho sucesso no aumento do número de matrículas, a coordenadora Emanoela Ramos elenca alguns motivos que levaram à grande demanda. Um deles seria o trabalho dos gestores escolares, juntamente com suas equipes, na busca por matrículas.

“Houve um trabalho muito articulado e muito perseguido pelos nossos diretores escolares. Fizemos reuniões de alinhamento com eles e pedimos o apoio das diretorias regionais de educação para colaborarem com esses gestores. Eles fizeram também a busca ativa com os estudantes nas suas comunidades e a promoção do Programa Educa Mais, mostrando as suas vantagens. Além disso, houve a aceitação da comunidade, que visualiza os benefícios que esse programa traz. Esse conjunto de ações articulado pela Seduc, diretorias regionais e gestores das escolas resultou nesse sucesso”, explicou.

Diferencial

Esse modelo de ensino traz como diferencial o fato de os alunos passarem mais tempo na escola, tendo mais oportunidades de aprender. Eles têm um leque maior de possibilidades de estudo, de desenvolvimento das habilidades e competências. Além de trabalharem a Base Nacional Comum Curricular, que são as disciplinas comuns a todas as escolas de ensino médio, os alunos veem também a parte diversificada, que lhes oportuniza desenvolver suas habilidades e competências produtivas e socioemocionais.

Dentro dessa parte diversificada, o Ensino Integral oferta as disciplinas eletivas, os clubes de protagonismo, os projetos de vida, estudos orientados, práticas experimentais, que auxiliam no desenvolvimento do protagonismo e dos valores dos estudantes na construção dos seus projetos de vida.

“É um ensino diferenciado em suas metodologias e práticas. Além disso, os professores passam por formação continuada para irem se aprimorando e se apropriando desse programa. É uma modalidade de ensino que está muito próxima do estudante, que desenvolve o protagonismo, e que dá vez e voz para esses alunos. É uma escola onde ele tem liberdade de se expressar; onde ele é fonte de iniciativas. Estamos evoluindo e melhorando ainda mais a partir do que a gente aprende com essas escolas”, declarou Emanoela Ramos.

Um exemplo de sucesso é o Colégio Estadual Barão de Mauá, em Aracaju, que em 2020 tinha quatro turmas de Ensino Médio convencional, e neste ano de 2021, após a aderir ao programa, ampliou para seis turmas, totalizando aproximadamente 240 alunos.

Segundo a diretora Maria Gisleide Santos Aragão, quando o Ensino Integral foi implantado na unidade de ensino, ela ficou preocupada se haveria matrículas suficientes, por conta da tradição que a escola já tinha com o ensino médio regular. A diretora chegou a ir à Associação de Moradores, ao Conselho Tutelar e a outras instituições, além de ter conversado com os pais, no sentido de divulgar o Ensino Integral para a comunidade.

“E com isso, vieram tantos alunos que foi um verdadeiro sucesso. Nos três primeiros dias já tínhamos fechado as quatro turmas. Muitos pais nos procuraram angustiados, pois queriam matricular os seus filhos, então conseguimos adaptar duas salas e abrir mais duas novas turmas. Acredito que o motivo dessa grande procura seja o trato que temos com a comunidade, além das diversas atividades que a modalidade de ensino oferta. Sem falar que, com o ensino integral, nós ganhamos excelentes professores. Essa é uma modalidade que está tendo uma aceitação muito boa por parte dos alunos”, afirmou.

Fonte: ASN
Foto: Maria Odília

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