Internado há uma semana no hospital Sírio Libanês, em Brasília, por causa de uma parada cardíaca, morreu na noite de ontem (às 22h) o ex-governador e ex-prefeito de Aracaju (SE), João Alves Filho, de 79 anos. O comunicado do falecimento foi feito pela filha Ana Alves, através das redes sociais. Logo em breve a família trará detalhes sobre a cremação, que ocorrerá no Jardim Metropolitano, em Valparaíso de Goiás, a 40 minutos de Brasília..
Já há algum tempo ele vinha sendo tratado de Alzheimer, uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social. Na semana passada, ele sofreu a parada cardíaca, foi internado e o quadro clínico se agravando dia a dia.
Nos primeiros dias do internamento, a equipe médica detectou que João teria sido atingido pelo coronavírus e estava com covid-19. A partir daí, foram duramente atingidos os pulmões, o coração e os rins, que pararam de funcionar.
João Alves Filho deixa esposa, a senadora Maria do Carmo (DEM)e os três filhos – João Alves Neto, Maria Cristina Alves e Ana Maria Alves – e netos.
Um obreiro
Em Sergipe, onde há uma grande e importante quantidade de obras, do tipo que projeta bem o Estado e o município que a ganhou. Dizem sempre que tem a mão realizadora do ex-governador de Joao Alves espalhada nos 75 municípios. Isso é dito com muita frequência por amigos e políticos aliados e opositores e o ex-governador concordava com isso e sempre usou esse tipo de informação em suas disputas eleitorais. P “foi João quem fez” virou marca de elogios e de provoca~]oes de alguns opositores.
Ele entrou na vida pública em 1975, quando foi nomeado pelo então governador José Rollemberg Leite, que o nomeou prefeito de Aracaju. A partir desse primeiro passo, tornou-se muito popular e os aracajuanos passaram a identifica-lo como um político (era militante da Arena) obreiro, um tocador de obras. Isso lhe rendeu um convite do ex-governador Augusto Franco para se filiar ao PDS e sucedê-lo. Em 1982, tornou-se candidato ao governo de Sergipe, venceu e ampliou as suas bases em Sergipe.
A fama de tocador de obras lhe rendeu assumir o Ministério do Interior (1987–1990), isso além de ter ocupado o governo do estado durante três mandatos (1983–1987; 1991–1994 e 2003–2006). e no ano de 2012 foi eleito prefeito de Aracaju.
Entre as suas realizações mais lembradas pela população estão ampliação de adutoras para abastecer de água residências, A orla da Praia de Atalaia, o perímetro irrigado de produção agrícola Platô de Neópolis e a ponte Aracaju-Barra dos Coqueiros, que leva o nome do seu pai, João Alves.
João era empresário do ramo da construção civil (era dono da construtora Habitacional) e comunicação (Correio de Sergipe e Rádio Jornal) e também foi escritor. Gostava de ler e escrever. Foi autor de diversos livros, o mais recente se chama “Toda a verdade sobre a transposição rio São Francisco”.
