“O mercado de carnes e peixes de Japoatã está muito aquém de se ajustar às normas sanitárias e ambientais vigentes para atender a população”, relatou a coordenadora da equipe Abate, Salete Dezen, após fiscalizar o local nesta terça-feira (2). “Todos os dejetos do mercado – de lavagem que ocorre após a feira, dejetos de carne, peixe e aves – são despejados diretamente numa lagoa, que fica em frente ao mercado, sem qualquer tipo de tratamento. Os resíduos ficam depositados a céu aberto”, explica.
“O acúmulo de resíduos sem tratamento contamina não só o solo como também os lençóis freáticos e os corpos hídricos que fazem parte da Bacia Hidrográfica do São Francisco”, explica o presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira.
A equipe Abate também constatou que não há rede elétrica que possa sustentar o uso de freezer dentro do mercado. “Não existe pia, lavatório para mãos, nem para limpeza do mercado. Há deficiência de tudo”, conclui Salete Dezen. No local, as carnes são expostas diretamente sobre as bancas, há acúmulo de sujeiras no chão, circulação de cachorros dentro do espaço, os ganchos onde se penduram as carnes estão enferrujados, as mesas de corte danificadas e engorduradas.
Obras
Devido a decisão judicial que ordenou o município a fazer adequações sanitárias no local, o mercado está passando por obras. No entanto, a equipe Abate constatou que as atividades que estão sendo feitas não são de adequação sanitária, mas apenas de reparos. Não existe projeto para as obras de adequação sanitária e nem licença ambiental para execução delas. A visita ao mercado público de Japoatã foi acompanhada pelo promotor de Justiça que atua no município. O relatório da equipe Abate com todos os detalhes da fiscalização será encaminhado ao Ministério Público Estadual para as devidas providências.
A Equipe Abate da FPI é formada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/SE), Coordenação de Vigilância Sanitária (Covisa), Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Conselho Regional de Medicina Veterinária, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar do Estado de Sergipe.
Fonte: MPF/SE
Foto: Ascom – FPI/SE