FPI/SE resgata 135 animais silvestres em Telha e São Francisco

Nos dois primeiros dias de FPI/SE, 236 aves, 17 répteis e 1 mamífero que estavam em cativeiros ilegais foram resgatados pela equipe Fauna. As apreensões ocorreram nos municípios de Cedro, Propriá, Telha e São Francisco, que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Todos os animais resgatados são transportados para o centro de triagem, onde biólogos e veterinários avaliam suas condições de saúde. Dos 254 bichos apreendidos, 28 estão na enfermaria, montada na base da equipe, que fica no município de Propriá. “Os problemas mais comuns que identificamos estão relacionados à nutrição incorreta dos animais. Temos hoje, na enfermaria, quatro aves com doenças infecciosas, outras duas com problemas motores e uma cega”, explica a bióloga Sofia Schettino. Dos bichos que foram resgatados nos dois primeiros dias, 129 estão aptos para soltura.

Animais abandonados

No município de Telha ocorreu um fato curioso. A equipe Fauna encontrou diversas gaiolas abandonadas em um terreno baldio. “Eram 30 aves e 2 porquinhos da Índia. Uma dessas aves era um agaporni, que é uma espécie exótica, que se reproduz em cativeiro e por isso, pode ser criada em residências”, explicou a coordenadora da equipe Aline Borba. “Além do agaporni, os porquinhos da Índia também são animais que podem ser domesticados”, completa.

“Provavelmente, quem abandonou esses bichos pensou que eles seriam apreendidos pela FPI. Percebemos, então, que a pessoa não soube fazer a diferença entre animal silvestre e doméstico”, explicou a bióloga Sofia Schettino.

Educação Ambiental

Justamente para explicar à população a diferença entre bichos que podem e que não podem ser domesticados, a equipe Fauna, durante a FPI, também realiza diversas ações de educação ambiental. “Nossa legislação proíbe apenas a criação das espécies silvestres. Por isso, é muito importante que as pessoas saibam a diferença entre o que pode ser domesticado, o que é silvestre e ainda quais são os animais que correm risco ou estão em extinção”, completa Sofia Schettino.

Entrega voluntária de animais

Enquanto durar a fiscalização, pessoas que criam animais silvestres, como aves, jabutis, teius, podem fazer a entrega voluntária para a equipe Fauna. Para isso, basta levar os animais para o Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC), onde funciona a Escola Municipal Josias Ferreira Nunes, localizado na Av. Ministro João Alves Filho, em Propriá.

“É importante que os animais não sejam soltos na natureza, pois muitas vezes não estão em condições de soltura imediata. No CAIC, existe uma equipe preparada para receber os animais, dar a eles o tratamento necessário, verificar se podem ser soltos e depois realizar a soltura em local adequado para cada espécie”, explica a coordenadora da equipe Fauna, Aline Borba.

Criar animais silvestres, sem a devida autorização legal, é crime. Os responsáveis podem ser multados, em valor de R$ 500 reais por bicho apreendido. Mas, se o animal estiver ameaçado de extinção a multa sobe para R$ 5 mil. Os proprietários que entregarem voluntariamente os animais durante a FPI/SE não serão penalizados.

Confira a lista das espécies resgatadas nos dois primeiros de operação:

Aves

Fogo-apagou ( Columbina squammata)
Azulão (Cyanoloxia brissonii)
Sofre (Icterus jamacaii)
Tico Tico (Zonotrichia capensis)
Cardeal do Nordeste (Paroaria dominicana)
Trinca ferro (Saltator similis)
Canário da Terra (Sicalis flaveola)
Tipio (Sicalis luteola)
Golinho ( Sporophila albogularis)
Coleirinho (Sporophila caerulescens)
Curió ( Sporophila angolensis)
Caboclinho (Sporophila bouvreuil)
Bigodinho (Sporophila lineola)
Papa capim (Sporophila nigricollis)
Chorão (Sporophila leucoptera)
Tiziu ( Volatinia jacarina)
Marreca Toicinho (Anas bahamensis)
Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva)
Jandaia de testa vermelha (Aratinga auricapillus)

Répteis e mamíferos

Jabuti piranga (Chelonoidis carbonaria)
Teiú ( Salvator merianae)
Sagui (Callithrix jaccus)

Integram a equipe Fauna

Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Centro da Terra – Grupo Espeleológico de Sergipe, Centro de Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), Universidade Federal de Sergipe (UFS) e profissionais colaboradores.

Fonte: MPF/SE
Foto: Ascom – FPI/SE

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