Na inauguração da Unigel, Belivaldo afirma que Sergipe será referência brasileira em gás e minérios

Nesta segunda-feira (02), o governador Belivaldo Chagas, ao lado do ministro de Minas e Energias, Bento Albuquerque, participou, em Laranjeiras, da solenidade de inauguração da Unigel Agro Sergipe, antiga Fafen-SE.

Desde maio, a fábrica já está produzindo amônia e ureia e conta com capacidade anual de produção de 650 mil toneladas de ureia, 450 mil toneladas de amônia e 320 mil toneladas de sulfato de amônio. A unidade de fertilizantes é administrada pela Unigel, uma das maiores petroquímicas do país. Com isso, a Unigel se torna a maior produtora nacional de fertilizantes nitrogenados. Junto com a fábrica da Bahia, a expectativa é que a produção torne possível suprir 20% da demanda nacional dos fertilizantes nitrogenados.

“Sergipe se uniu para que a Fafen não fosse embora e a Fafen de ontem é, hoje, a Unigel Agro Sergipe. Todos os esforços foram envidados para isso. Sergipe está sendo pioneiro no que diz respeito à legislação do gás. A reinauguração da fábrica faz parte, também, do nosso projeto de consolidação do Polo de Fertilizantes de Sergipe, que tem como objetivo colocar o nosso estado como referência no segmento no país, além de fomentar a produção de outros insumos e aditivos complementares. Sergipe é uma terra de pessoas fortes que gostam de trabalhar, que têm respeito pelo o que faz e amam o seu estado. Graças a Deus, somos ricos em gás e minérios e seremos referência para o país agora e nos próximos anos”, declarou o governador.

Cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos já foram gerados com o início das operações da fábrica, além daqueles criados nas atividades afins, como as misturadoras de fertilizantes e transportadoras. O governador destacou, também, que além de todo o apoio do Estado para o retorno das operações, o governo investirá ainda na infraestrutura local como já vem fazendo em outras regiões de Sergipe, o que é estratégico para o desenvolvimento do estado.

“Mesmo diante das dificuldades e da pandemia, Sergipe retomou sua capacidade de investimento e já reconstrói cerca de 500 km com o Pró-Rodovias I. Vamos recuperar mais 300 km com o Pró-Rodovias II. Nos próximos dias, darei ordem de serviço para recuperação da rodovia que liga a BR-101 a Riachuelo e, na sequência, o trecho de Malhador até o povoado Candeias (Moita Bonita), porque daqui vários caminhões saem para transportar para o Nordeste e para o Brasil esse produto tão importante para nossa agricultura”, afirmou.

O ministro Bento Albuquerque ressaltou o exemplo de Sergipe no desenvolvimento de políticas públicas importantes para o setor energético do estado. “O estado de Sergipe, o menor do país em extensão territorial, caminha para se tornar um gigante do setor energético. Desde o primeiro momento, vejo a harmonia do governo federal com o estado de Sergipe para o desenvolvimento do mercado de gás natural. Sem dúvida, Sergipe é uma referência para o país”, expôs.

Governo

A Unigel iniciou o movimento de retomada da produção nacional destes fertilizantes em novembro de 2019, quando foram arrendadas duas fábricas da Petrobras – uma em Laranjeiras (SE), outra em Camaçari (BA) – pelo período de dez anos, prorrogáveis por mais dez anos.

O Governo de Sergipe teve papel fundamental para a retomada da produção. Entre as ações, estão a viabilização da proposta da Proquigel, através do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), isenção do ICMS incidente sobre o gás natural, concessão de licença ambiental, facilitação nas tarifas de água e gás, através da adequação da legislação nacional do setor.

Outro marco foi a assinatura do contrato de movimentação do gás natural que está sendo usado na planta industrial, firmado entre a Sergas e a Unigel, em 28 de janeiro. Na mesma data, a Unigel assinou contratos de transporte de gás com a TAG e de fornecimento de gás natural com a Petrobras.

Para o ministro de Minas e Energias, a inauguração da Unigel é um exemplo do que pode ser alcançado quando o governo federal, os estados e os agentes da indústria trabalham juntos.

“A indústria de fertilizantes é fundamental para o crescimento sustentável do nosso setor agrícola. Atualmente, o Brasil é responsável por cerca de 8% da demanda mundial de fertilizantes, sendo o quarto país em consumo. As importações de fertilizantes aumentaram em cerca de 30%, no final da década de 1980 para cerca de 80% em 2020. Neste contexto, segue a importância do estado de Sergipe. Aqui estão as principais reservas de potássio do país, matéria-prima essencial para a indústria de fertilizantes. A inauguração que hoje participamos, configura uma enorme vitória para o Brasil. A retomada da produção de fertilizantes em Sergipe só foi possível porque o Estado, a Petrobras e a Unigel acreditaram e se empenharam para reativar a fábrica”, defendeu.

O presidente e CEO da Unigel, Roberto Noronha Santos, explicou que dos quatro maiores produtores agrícolas mundiais; Estados Unidos, China, Brasil e Índia, o Brasil é o único país cuja dependência de importação de fertilizantes é de cerca de 75%.

“Nos demais países essa dependência é inferior a 30%. Considerando que o país é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, essa dependência de importações no setor de fertilizantes precisava ser reduzida e foi acreditando nisso que nós, da Unigel, tomamos a decisão de ir adiante com a retomada de produção dos fertilizantes nitrogenados, reduzindo a vulnerabilidade do setor agrícola brasileiro”, disse.

Roberto Noronha enfatizou, também, o papel do governo estadual de Sergipe para a realização do projeto. “Meu muito especial agradecimento ao excelentíssimo senhor governador Belivaldo Chagas, ao secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Sergipe, José Augusto de Carvalho, ao secretário da Fazenda, Marco Antônio Queiroz, e ao superintendente da Sedetec, Marcelo Menezes, e a tantos outros membros do governo que apoiaram a nossa iniciativa”, concluiu.

O secretário José Augusto de Carvalho lembrou que o Estado precisou encontrar soluções para que Sergipe tivesse a Unigel como o primeiro consumidor livre de gás natural, tirando do papel uma figura essencial para o funcionamento do Novo Mercado de Gás. José Augusto evidenciou ainda a importância da fábrica para o desenvolvimento de Sergipe e do Brasil.

“É importantíssimo para o estado e para a geração de novos empregos e renda, e para o progresso como um todo. Essa fábrica era o maior consumidor de gás no estado, ou seja, ela consome sozinha dez vezes mais do que o gás das demais consumidoras do estado. Isso é uma grandeza do estado. Está no nosso planejamento duplicar a fabricação de fertilizantes no estado, é uma luta nossa, o que é importante não só para o estado, mas para o país como um todo. Então nossa missão é reduzir a insegurança alimentar no Brasil. E Sergipe vai dar sua contribuição nessa linha ao ajudar na redução da dependência de importação de fertilizantes pelo país”, colocou o secretário da Sedetec.

Polo de Fertilizantes de Sergipe

A reinauguração da Unigel está em consonância com os estudos para a consolidação do Polo de Fertilizantes de Sergipe. Sergipe apresenta condições privilegiadas para receber os investimentos do setor, já que conta com disponibilidade de gás natural proveniente da Bacia Sergipe-Alagoas, em quantidades superiores a 20 milhões de m3 dia, e dispõe de infraestrutura de recebimento e distribuição de gás natural liquefeito.

Também está integrado à malha nacional de gasodutos; possui Mercado regional e hub logístico com infraestruturas de escoamento de fertilizantes nos modais portuário e rodoviário; oferece infraestrutura disponível e incentivada para os projetos capex das empresas; possui uma das maiores reservas de potássio do Brasil (carnalita e silvinita); sedia uma das maiores fábricas de amônia/ureia do Brasil e tem como prioridade estratégica do governo estadual o desenvolvimento da indústria de fertilizantes.

O Polo de Fertilizantes de Sergipe deverá oferecer uma solução atrativa e integrada, que possibilite ampliação da produção de amônia/ureia; revitalização da produção de potássio; estabelecimento de um hub para importação e beneficiamento de rocha fosfórica; expansão da produção de ácido sulfúrico; atrativo para indústrias de mistura, aditivos e defensivos; polo de desenvolvimento tecnológico para novos processos e formulações bio; unidades de geração de energias renováveis.

O Estado de Sergipe vem atuando de forma coordenada e firme nesse propósito, desempenhando posição de destaque na revisão do Convênio 100/97, que tirava competitividade do produto nacional em detrimento do importado, e também mantendo participação ativa junto a Grupo de Trabalho Interministerial encarregado de desenvolver o Plano Nacional de Fertilizantes.

Todo esse esforço tem por objetivo o crescimento da produção de fertilizantes no Brasil, reduzindo a participação do produto importado, que hoje responde por aproximadamente 75% do seu consumo, e do fortalecimento da posição de Sergipe nesse cenário.

O deputado federal Laércio Oliveira, relator da Nova Lei do Gás, aprovada pelo governo federal em abril, também reforçou a importância da inauguração da Unigel como um marco para o desenvolvimento de Sergipe.

“A partir da Unigel, nós vamos ter um polo de desenvolvimento enorme na área de fertilizantes, porque nós temos as riquezas minerais no nosso solo, temos amônia, uréia, potássio e gás em abundância, tudo que a indústria precisa. Esse é o momento para o início do novo desenvolvimento no nosso estado. Tenho a impressão que muitas indústrias de fertilizantes virão para o nosso estado”, pontuou.

Presenças

A solenidade contou também com a participação do presidente do Conselho de Administração da Unigel, Henri Armand Slezynge; a diretora da ANP, Simone Araújo; o superintendente Federal da Agricultura, Haroldo Álvaro Filho; o secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do MME, José Mauro Coelho; o deputado estadual Zezinho Sobral, representante da Alese; os prefeitos Juca de Bala (Laranjeiras), Clara Rollemberg (Divina Pastora) e Edvaldo Nogueira (Aracaju); os reitores Valter Joviniano de Santana (UFS) e Jouberto Uchôa (Unit); secretários estaduais e outras autoridades.

Fonte: ASN
Foto: Mário Sousa

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