Alexandre de Jesus dos Prazeres*
Bacharel em Teologia, Mestre em Ciências da Religião e Doutor em Sociologia
Após os ataques ao Estado Democrático de Direito liderados pelo verdugo do Planalto e os seus asseclas, ouvimos vários pronunciamentos. Do presidente do STF, dos presidentes da Câmara e do Senado, e também do presidente do Tribunal Eleitoral. Trata-se do “day after” dos mais recentes disparates do presidente da república, as manifestações contra a ordem democrática do país lideradas por ele durante o 7 de setembro.
Todavia, os discursos somente não resolvem, como diz a expressão popular: “quem toma banho de saliva é gato”. O país necessita de atitudes concretas, mas pelo visto nada será feito, como bem declarou a Senadora Simone Tebet: “Nero continuará a tocar Lira depois de botar fogo em Roma”. Isto porque, assim como a centena de pedidos de impeachment que se amontoam na Câmara Federal esta nova situação também está nas mãos de Arthur Lira, presidente da Câmara.
Nós, os cidadãos brasileiros, estamos cansados de falatório, queremos atitudes. Porém infelizmente tanto Arthur Lira quanto o Centrão mais uma vez irão tirar proveito da situação em benefício próprio. Estão arrancando pedaços do cadáver de Bolsonaro, lucrando à custa da desgraça do Brasil, são como vermes que se alimentam da podridão.
São mais de meio milhão de mortos por conta da condução desastrosa dos problemas relacionados com a pandemia. Atraso na retomada das atividades econômicas devido ao descaso do governo com a aquisição de vacinas. A imagem do país no cenário internacional devido à atuação do presidente é a pior possível. Todo este clima de insegurança afasta investidores do país e dificulta a recuperação econômica. O presidente não governa, pelo contrário, produz crise para desviar as atenções das pessoas das questões importantes relacionadas ao seu péssimo desempenho como governante. Porém ainda teremos que sofrer, pois a Câmara Federal não fará o que é sua competência fazer, Nero continua tocando Lira após o incêndio de Roma.
*Docente permanente do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião (PPGCR/UFS)