O sete de setembro

Luiz Eduardo Oliveira
Doutor em Saúde e Ambiente

Estamos na iminência das “comemorações” relativas ao dia da independência do Brasil frente à ditadura portuguesa, ao menos foi o que nos ensinaram.   Estamos prestes de celebrar o espírito cívico dos brasileiros que tiveram, durante anos, neste dia especificamente, incentivados seus sentimentos mais profundos de brasilidade. Muitas sensações de pertencimento nutridos há décadas por nossos pais, nossas escolas, nossa sociedade e também pelas instituições democraticamente constituídas nos mais variados rincões deste Brasil. 

Fomos instados às comemorações, às celebrações e às manifestações de respeito ao grito de independência do nosso país, nas ruas. Podemos lembrar, sem saudosismo, da data e de todos os preparativos preliminares.  Ouvíamos o hino nacional, fazíamos referência a nossa bandeira e colocava-nos enfileirados em atitude de respeito aos símbolos nacionais.  Esse era o clima até bem pouco tempo atrás. Um tempo no qual havia, apesar de muitos problemas sociais, respeito e um imaginário coletivo de que valia apena lutar e defender o Brasil.

Os tempos são outros, os gritos estão dissonantes e os sentimentos de brasilidade são confundidos com apoios partidários e a políticos.  Um misto de indignação, de incertezas, de esfacelamento, de instabilidade e de tantos outros temores internos em relação ao nosso Brasil agora permeiam qualquer ato de manifestação dos cidadãos comuns.  Comemorar, gritar ou simplesmente assistir ao sete de setembro passou a ser um ato perigoso, um ato partidário, um ato contra ou a favor de políticos. 

Precisamos encontrar a nossa independência interna e externa.  Precisamos de motivos para continuarmos brasileiros e para respeitarmos esta nação.

Em Sergipe, um silêncio sepulcral dos governantes, dos políticos, das instituições, da imprensa e da sociedade.     

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