José Lima Santana
Padre, advogado e professor da USF
As Universidades surgiram para congregar e difundir conhecimentos nas mais diversas áreas das atividades intelectuais inerentes aos seres humanos. Isso ocorre em quaisquer partes do mundo, desde o surgimento das primeiras instituições assim denominadas.
A Universidade Federal de Sergipe, instalada em 1968, após muitas discussões e não poucos esforços envidados, tem crescido. Da primeira gestão à atual, muitos foram os problemas enfrentados e, mais ainda, muitos foram os avanços empreendidos. Todos os reitores que passaram pela UFS deram a sua parcela de contribuição para o aprimoramento da nossa única Universidade pública sergipana. Fui aluno da UFS (1977-1980), no momento em que estava em construção o Campus que lhe serve de sede, em São Cristóvão. Aliás, sou da última turma de Direito que se formou sem pisar os pés no citado Campus. A minha turma é, inteiramente, da velha Faculdade de Direito, na Av. Ivo do Prado, onde está assentado o CULTART.
Reconheço, como dito acima, os esforços de todos os reitores e de suas respectivas equipes de gestão, no crescimento da UFS. Todavia, o meu conhecimento pessoal se acentua a partir do momento em que a ela retornei, dessa vez na qualidade de professor, no fim de 1996, primeiro como professor substituto e, depois, como professor efetivo, nomeado em setembro de 1997, após lograr o primeiro lugar no concurso para professor de Introdução ao Estudo do Direito.
Ingressei na UFS, como professor, na gestão do reitor José Fernandes de Lima. Era um tempo de grandes dificuldades, especialmente no que dizia respeito à alocação de recursos financeiros por parte do Ministério da Educação. Lima passou por poucas e boas, como ele mesmo registrou no livro “Pensar e Fazer a Universidade Pública / UFS 1996-2004”, de cujo lançamento virtual eu participei, como convidado do autor, na função de debatedor, pois, como disse o professor Lima na dedicatória do exemplar que me ofertou, fui testemunha da sua “jornada universitária”, como reitor. Na gestão de Lima, eleito e reeleito, a UFS conheceu significativos avanços, no aspecto físico e humano.
Após Lima, o seu vice-reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho elegeu-se e reelegeu-se reitor. Na sua gestão, chegou a vez do REUNI, o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, instituído pelo Governo Federal através do Decreto 6 096, de 24 de abril de 2007. Apresentava-se como uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), do Ministério da Educação, lançado no mesmo período, com o objetivo de duplicar a oferta de vagas no ensino superior no Brasil. Alguns membros das Universidades federais, entre professores e técnicos, posicionaram-se contra o REUNI, por questões ideológicas ou de outros entendimentos. Porém, o REUNI avançou. A UFS ganhou o interior. Hoje, além dos Campi de São Cristóvão e Aracaju (Saúde) a UFS encontra-se assentada em Laranjeiras, Itabaiana, Lagarto (com diversos cursos na área da Saúde, o Campus consolidado entre Josué e Antoniolli) e Nossa Senhora da Glória, o último Campus a ser instalado, ainda provisoriamente, na gestão anterior à atual. A interiorização da UFS trouxe um ganho enorme ao ensino superior sergipano.
A partir do REUNI, a UFS pôde crescer em instalações, cursos, corpos docente, técnico-administrativo e discente. Crescendo no seu corpo docente, teve a oportunidade de expandir os programas de extensão e de pesquisa. Com mais professores, o campo para essas duas formas de ação que, ao lado do ensino, compõem o tripé da educação superior, abriu-se em maiores possibilidades de mais pesquisas e de mais publicações qualificadas.
Participei ativamente da gestão anterior à atual, ou seja, da profícua gestão de Angelo Roberto Antoniolli, vice-reitor de Josué, que se elegeu e se reelegeu reitor. Participei dos seus oito anos de gestão. Primeiro, como coordenador de relações institucionais (primeiro quadriênio) e, depois, como assessor (segundo quadriênio). Nesse lapso de tempo, além da minha docência normal, mesmo no período do doutorado, cursado na própria UFS, quando eu tinha direito legal de afastar-me da sala de aula, mas não o fiz, exerci a presidência da Comissão de Ética, a coordenação do EFISCON (Escritório de Fiscalização dos Contratos de Terceirização), a direção eventual do RESUN (Restaurante Universitário) e fiz parte do Comitê de Integridade, além de participar de algumas Comissões ou Grupos de Trabalho. Assim, pude ver de perto o arrojado desenvolvimento da UFS nos últimos oito anos (novembro de 2012 a novembro de 2020).
A UFS vem mostrando a sua cara, aliás, a sua boa cara, galgando posições interessantes no cenário nacional. Agora, vem de ser distinguida como a quinta melhor Universidade brasileira, no Top 5 do Times Higher Education 2022. A UFS ficou em quinto lugar no Brasil, mas em terceiro entre as universidades públicas e em primeiro no Nordeste. Não é pouca coisa, para uma Universidade jovem e pequena, no contexto de todas as Universidades públicas e privadas do País.
A mais nova conquista da UFS é resultado de um esforço continuado, especialmente levado a efeito nas últimas gestões. Todos nós que integramos a UFS, como professores, técnicos-administrativos e alunos, esperamos que a UFS possa agigantar-se ainda mais. A atual gestão, encabeçada pelo reitor Valter Joviniano Santana Filho, deve procurar os meios para continuar elevando a UFS a patamares ainda mais expressivos. Há amplas condições para isso, a partir da capacidade gestora do reitor, que já vinha sendo experimentado, satisfatoriamente, na gestão anterior, daí ter sido escolhido pelo ex-reitor para concorrer ao cargo máximo da UFS.
Que a UFS se aprimore ainda mais. Que cresça. Que continue prestando relevantes serviços à sociedade sergipana. Que possa se expandir. Que possa nos fazer sentir ainda mais orgulhosos. E que muitas outras distinções e conquistas estejam a caminho.