José Carlos Santana de Oliveira
Médico
Mutação, do latim mutare / mutatio, que significa “mudar” ou “alterar”. É um termo utilizado principalmente na biologia, relativo a brusca e inesperada alteração na hereditariedade (DNA) dos seres vivos, podendo, a partir de então, ser transmitido para os seus descendentes. Uma metamorfose ou evolução.
Foi o biólogo neerlandês Hugo Marie de Vries (1848 – Haarlem, Países Baixos), um dos três cientistas a quem se atribui o redescobrimento do trabalho de Mendel no ano de 1900, que incorporou o conceito de mutação na biologia.
As mutações ocorrem em qualquer célula ou partícula viva já que se trata de alterações gênicas no DNA. Existem as chamadas mutações somáticas ou de células não gametas (reprodutivas) que não dependem da hereditariedade nem são transferidas para as próximas gerações. Ao contrário, as mutações germinativas, em gametas ou vírus, essas com impacto na evolução da espécie.
As mutações são causadas por fatores denominados mutagênicos, que podem ser de origem radioativa ou química, como a exposição ao raio x, raios gama e demais radiações ionizantes (que formam íons dentro das células), alterando a sua estrutura.
As mutações genéticas também podem surgir de maneira espontânea, como a partir de um defeito no processo de multiplicação dos cromossomos que compõe o DNA ou na alteração da sequência de pares de um determinado gene.
As mutações gênicas, comuns aos vírus, são alterações de apenas alguns trechos das moléculas de DNA. Essas mutações, na maioria das vezes, não contribuem para a “evolução” do vírus enquanto outras podem torná-los mais agressivos e, assim, também, driblarem o nosso sistema imunológico e as vacinas até então desenvolvidas para cepas pré-mutações.
Estima-se que o número de vírus num único doente possa ser maior que a população de humanos no planeta, condição que, obviamente, permite, a um incrível número de mutações a todo momento. Essa condição coloca em xeque a “desejada” imunidade de rebanho.
Até agora, nenhum tratamento se mostrou totalmente eficaz contra o Sars-Cov-2, o vírus que causa a covid-19. E alguns cientistas se perguntam se outra estratégia poderia ser aplicada: usar as próprias armas do vírus contra ele.
Uma das táticas do Sars-Cov-2 para derrotar o sistema imunológico é se replicar rapidamente, mas nisso também existe um ponto fraco. Conforme o vírus se replica, ele acumula mutações.
Assim, seria possível combatê-lo acelerando essas mutações e fazendo com que o vírus “sofresse mutação mortal”, em um processo que os cientistas chamam de “mutagênese letal”?
Estão sim, os MUTANTES estão chegando e não trazem qualquer passaporte ou documento de identidade, muito menos “pactos de boas relações”.
Se aumentamos as “hospedarias de portas abertas” oferecemos mais “acomodações” para eles, e isso é tudo de que precisam para nos derrotar.
Nada temos, até o momento, o que comemorar. Ainda mais com 190.000 mortes desde março. As vacinas estão chegando, mas ainda cheias de incertezas. OTIMISMO E FÉ SIM e, mais do que nunca, RESPEITAR as básicas e elementares regras de segurança para reduzir ao máximo o contágio inter-humano.
Há entre as pessoas uma ideia de que depois da “segunda onda” tudo acaba. Ledo engano!
Não sejamos nem mosquitos, nem robôs, muito menos vítimas de uma elementar partícula de vida que obtêm sucesso com o descuido humano!
INFORMES COMPLEMENTARES
- As autoridades reguladoras nacionais estão revisando algumas vacinas contra COVID-19 e uma já foi aprovada em alguns países. Estudos abrangentes sobre várias vacinas candidatas têm relatado resultados preliminares encorajadores.
- Uma vez que se comprove que uma ou mais vacinas são seguras e eficazes, elas devem ser aprovadas pelas autoridades regulatórias nacionais, fabricadas de acordo com os padrões exigidos e distribuídas. A OMS e a OPAS estão trabalhando com parceiros em todo o mundo para ajudar a coordenar as principais etapas desse processo, incluindo a facilitação do acesso equitativo a vacinas seguras e eficazes contra COVID-19 para bilhões de pessoas.
- É fundamental também manter as medidas de proteção: lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel e cobrir a boca com o antebraço quando tossir ou espirrar (ou utilize um lenço descartável e, após tossir/espirrar, jogue-o no lixo e lave as mãos). É importante manter-se a pelo menos 1 metro de distância das outras pessoas. Quando o distanciamento físico não é possível, o uso de uma máscara também é uma medida de proteção.
- Foram confirmados no mundo 72.851.747 casos de COVID-19 (642.738 novos em relação ao dia anterior) e 1.643.339 mortes (12.407 novas em relação ao dia anterior) até 17 de dezembro de 2020.
- Na Região das Américas, 19.148.430 pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus se recuperaram, conforme dados de 17 de dezembro de 2020.
- A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a OMS estão prestando apoio técnico ao Brasil e outros países, na resposta ao surto de COVID-19.
- Os sintomas mais comuns da COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca. Alguns pacientes podem apresentar dores, congestão nasal, dor de cabeça, conjuntivite, dor de garganta, diarreia, perda de paladar ou olfato, erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés. Esses sintomas geralmente são leves e começam gradualmente.
- Coronavírus pode ‘sobreviver por 28 dias’ em celular e dinheiro, diz estudo.