Voto contrário ao projeto de lei 6.299/2002, aprovado na Câmara na última semana, o deputado federal João Daniel (PT/SE) ressaltou sua preocupação com os rumos que o Parlamento federal tem tomado em relação a proposituras que penalizam o povo, as instituições nacionais e o meio ambiente. Para João Daniel, cada vez que fica mais evidente o risco de o presidente Jair Bolsonaro não ser reeleito, como indicam as pesquisas eleitorais que apontam uma vitória do ex-presidente Lula (com possibilidade de ser até mesmo no primeiro turno), mas ele e seus apoiadores, juntamente com aqueles que querem tirar o máximo proveito de uma maioria conservadora na Câmara, se afobam e correm para aprovar, de forma açodada, projetos danosos para a população brasileira, para os trabalhadores e trabalhadoras e para a saúde humana e ambiental.
O parlamentar ressaltou que o “pacote do veneno” foi a mais recente investida, a partir de uma articulação encabeçada por lideranças da bancada ruralista, com a total anuência do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, que levou à aprovação do PL 6.299/2002. “Chamo a atenção para a data do projeto: fevereiro de 2002, o qual hibernava na Câmara, por conta de uma acomodação dos próprios ruralistas, muito à vontade que estavam com a gestão bolsonarista na área ambiental. Com a luz acendendo para uma possível vitória de Lula, correram rapidamente para pautar a flexibilização das normas que tratam da licença e uso dos agrotóxicos no país. Mudaram até o nome, passaram a chamar os agrotóxicos de ‘pesticidas’, para tentar ficar mais ‘palatável’ a sua aprovação”, observou João Daniel.