Prejuízo do transporte coletivo com a pandemia deve gerar reflexos na retomada econômica

No plano de retomada econômica apresentado pelo setor produtivo ao governo do Estado, a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros de Alagoas e Sergipe (Fetralse) participou com considerações quanto a necessidade de se ter  garantias à manutenção do serviço de transporte público coletivo que, embora seja o responsável pelo deslocamento de mais de 70% da população, tem enfrentado sérias dificuldades financeiras. Diante da flexibilização para reabertura dos serviços, será indispensável uma oferta ainda maior da frota de ônibus urbanos para melhor evitar as aglomerações.  Mas como fazer isso se despesas básicas como combustível e pessoal estão sendo mantidas somente a  duras penas?

A queda da demanda de passageiros foi de 74% no mês de maio deste ano em comparação com o mesmo mês do ano anterior, e a queda de receita nesse período chegou a 72%, o que representou uma perda de mais de R$ 14,3 milhões de reais.  Dessa forma, o setor do transporte está com uma arrecadação que não chega aos 30% do seu habitual e com custos para prestação do serviço que não caíram na mesma proporção.

Para evitar aglomerações no transporte na retomada econômica, a adequação da frota precisa ser ainda maior, especialmente nos horários de pico e em conjunto com as mudanças de horários de funcionamento dos demais serviços, com o objetivo de estimular a circulação nos horários de baixo volume de demanda de passageiros. Contudo, qualquer ajuste na oferta de ônibus só pode acontecer se houver uma contrapartida dos Órgãos Gestores, que garanta as condições necessárias para que o serviço conte com uma operação maior do que o proporcional à demanda.

As empresas de ônibus e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) vêm realizando diariamente ajustes na operação, junto com a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) na tentativa de evitar concentração de demanda de passageiros em horários específicos.  Com a modificação da dinâmica de deslocamento das pessoas, esse ajuste tem sido frequente. Mas a oferta do serviço vem ocorrendo com 70% da frota em dias úteis e 50% em finais de semana e feriados, sendo que em horários de pico entre segunda e sexta-feira, há o remanejamento de ônibus extras de acordo com a necessidade.

O setor conta ainda com orientadores de embarque nos Terminais de Integração para conscientizar os passageiros quanto ao distanciamento nas filas, bem como ao respeito do limite de apenas pessoas sentadas nos ônibus. Todavia, as empresas prestadoras estão movendo esforços para não suspender o serviço e evitar redução de postos de trabalho, porém as condições para manter a operação estão cada vez mais difíceis, inclusive com restrições atuais para manter despesas como combustível e pessoal. Imagine mais à frente…

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