Mais empresas e menos empregos – Sergipe ganhou empresas na área industrial, mas perdeu em relação ao pessoal ocupado em 10 anos

Os dados são da Pesquisa Industrial Anual – Empresa (PIA Empresa), que abrange as Indústrias extrativas e de transformação

Em 2021, Sergipe tinha 1.062 unidades locais industriais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas, o que representa um aumento de 107 empresas em relação aos últimos 10 anos. Todos os estados nordestinos registraram aumento desse número.

Apesar de Sergipe ter registrado um aumento de 107 empresas em 10 anos, o número de pessoal ocupado reduziu em 9.055 pessoas, chegando a 39.355 colaboradores em 2021. Essa redução foi sentida em 13 Unidades da Federação. As empresas sergipanas pagaram R$ 1.122.110 bilhão em salários, retiradas e outras remunerações, o que representa uma perda de mais de 44 milhões de reais. Essas empresas geraram R$ 12,74 bilhões de receita líquida de vendas. Isso significa que em 10 anos, a receita quase dobrou (R$ 6,58 bi em 2012).

Em um detalhamento por tipo de indústria de transformação e extrativista, é válido ressaltar que do total de empresas em Sergipe, 97,55% correspondem a indústrias de transformação e 2,45% a indústrias extrativistas. Das indústrias de transformação, a maior incidência de unidades locais são voltadas para a fabricação de produtos alimentícios (249), fabricação de produtos minerais não-metálicos (175) e confecção de artigos de vestuários e acessórios (90). Na indústria extrativista, que corresponde somente a 2,45% do total, o destaque vai para a extração de minerais não metálicos (14).

Em 10 anos, o número de pessoal ocupado na indústria extrativista variou de um total de 10,2% para 2,7%, enquanto que na indústria de transformação, houve um aumento de 89,79% para 97,3% do total de pessoas que atuam na área industrial.

Levando em conta os últimos 5 anos e as unidades locais das empresas industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas, Sergipe apresentava um total de 263 empresas em 2021 (ou 24,7%) e um total de 31.594 pessoas ocupadas. Ou seja, do total de pessoas que atuam na indústria de Sergipe (39.355), 80,2% atuam em empresas com 30 ou mais pessoas. Essas empresas geraram um Total de receitas líquidas de vendas de R$ 12,2 bi.

É válido ressaltar que nesses 5 anos, houve uma redução de 8% do número de unidades locais de empresas  industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas, assim como de pessoal ocupado (8,28%). Em contrapartida, as receitas líquidas de vendas apresentaram um aumento em cerca de 60%.

Com esses dados, em relação ao país, Sergipe ocupa a 23º posição do número de unidades locais de empresas  industriais com 30 ou mais pessoas ocupadas, o que representa um retrocesso em relação a 2021, quando essa posição era a 21ª. É válido ressaltar que também houve redução do número de empresas com mais de 30 funcionários em âmbito nacional, assim como na região Nordeste. Em contrapartida, houve um aumento do número de pessoal ocupado.

*Em 2021, Sudeste volta a ganhar participação e ainda detém mais de 50% do VTI*

Em 10 anos, destaca-se a redução na concentração do Valor de Transformação Industrial (VTI) nas Regiões Sudeste, Sul e Nordeste, que recuaram, respectivamente, 1,5 p.p., 0,8 p.p. e 0,5 p.p. nesse período. Em contrapartida, houve avanço nas duas regiões menos representativas: Norte (1,9 p.p.) e Centro-Oeste (0,8 p.p.). Na comparação de 2021 com o primeiro ano de pandemia, em 2020, embora o ranking tenha se mantido, houve aumento de participação (2,7 p.p.) do Sudeste que ainda concentrava 58,9% do VTI. As demais regiões perderam espaço: Norte (1,3 p.p.), Sul (0,7 p.p.), Nordeste (0,4 p.p.) e Centro-Oeste (0,3 p.p.). O Sul, que ocupa a segunda posição no ranking, caiu à sua menor participação (18,0%) desde 2007. Em relação ao estado de Sergipe, houve um aumento de pouco mais de R$ 2 bi, chegando a um Valor de Transformação Industrial (VTI) de R$ 5,5 bi.

No Nordeste, a Bahia correspondeu à maior parcela do VTI (39,6%), seguida por Pernambuco (19,8%) e Ceará (14,7%). Os 26,0% restantes foram distribuídos entre: Rio Grande do Norte (7,7%), Maranhão (7,4%), Paraíba (3,2%), Alagoas (3,1%), Sergipe (2,9%) e Piauí (1,7%). Destaca-se o declínio da indústria baiana, com redução na participação de 3,0 p.p., ao passo que a indústria maranhense cresceu 2,6 p.p. entre 2012 e 2021. Entre os setores predominantes na região, destacam-se a indústria alimentícia, a do refino de petróleo/biocombustíveis e a química.

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