Sobre a eleição do(a)s novos(a)s reitores(as)

José Vieira da Cruz – É historiador, professor da UFS e ex-vice-reitor da UFAL

Na última quinta-feira, 19/01/2023, no curso da concorrida reunião com reitoras e reitores de universidades e institutos federais,  o presidente Luís Inácio Lula da Silva, através do perfil @lulaoficial, disse: “Não pensem que eu vou escolher os reitores que eu gosto. Quem tem que gostar do reitor são os funcionários da universidade, os estudantes. E todos os anos teremos reuniões para os reitores me cobrarem, cobrarem do ministro. Eu não farei nada sozinho, faremos juntos”.

A fala e a atitude de reunir-se com os referidos gestores tanto são louváveis quanto indica uma atitude positiva, respeitosa e bem-vinda em relação as referidas instituições de  ensino, pesquisa e cultura.

Entretanto, a meu juízo, mas relevante que respeitar o primeiro de uma lista tríplice para ocupar o cargo de reitor(a) seria atualizar a legislação, pois, independente do governo, a escolha da comunidade universitária deve estar acima da prerrogativa presidencial e, menos ainda, das inclinações políticas desse ou daquele grupo político. À luz desse entendimento, a construção de uma nova perspectiva do texto legal deveria enfatizar o respeito à autonomia política da comunidade universitária formada por estudantes, técnicos e professores.  

Dessa forma, penso que em consenso com a comunidade universitária e dos institutos de ensino federais, o Congresso Nacional e a atual gestão federal, poderiam colocar um fim aos precedentes gerados por essa  prerrogativa presidencial   –  de escolher um(a) dentre os que compõem a lista tríplice para ocupar o cargo -, para respaldar unicamente a escolha eleitoral da comunidade universitária pelo(a) mais votado(a).

Nesse sentido, além de valorizar a autonomia política, administrativa e acadêmica das referidas comunidades e instituições de ensino, a atual frente ampla que administra o país, em lugar de louváveis ações de governo, fortaleceria uma política de Estado de cogestão, participativa, democrática e republicana para escolha de novo(a)s reitores(as)  das universidades e institutos federais.

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