Um rio chamado “Chico” pode ser melhor usado para turismo em Sergipe

Eugênio Nascimento – Jornalista

O rio São Francisco, desde que haja esse desejo, poderá se transformar no maior atrativo turístico de Sergipe. Já há um pouco de uso nesse sentido, principalmente em Canindé do São Francisco, onde está instalada a Usina Hidrelétrica de Xingó, um museu, há hotéis e pousadas em funcionamento, bares e restaurantes, e ainda existe um imenso lago e o cânion. O rio é uma grande opção para Sergipe – já é usado para o consumo popular de sua água tratada, inclusive em Aracaju, a capital do Estado, para produção agrícola em perímetros irrigados (Califórnia e Platô são os maiores) e para a pesca.

Mas o “Velho Chico” pode ainda ser mais amplamente explorado, garantindo emprego e renda para centenas de famílias por onde passa,  isso com zelo para evitar poluição e destruição da mata, que se faz presente em trechos importantes dele, e suas margens,  com passeios em suas águas, descendo de Canindé, passando por Poço Redondo, Porto da Folha, Gararu, Nossa Senhora de Lourdes, Canhoba, Amparo do São Francisco, Telha, Propriá, Neópolis, Ilha das Flores e Brejo Grande, onde fica a foz e o rio deságua no Oceano Atlântico.

Há opções de hotéis não apenas em Canindé, mas também em Propriá, além de pousadas. Em todos os municípios sergipanos banhados pelo São Francisco há barcos e barqueiros, que estão sempre dispostos a fazer esses passeios que têm sido solicitados com mais frequência por famílias. Eles são facilmente encontrados à beira rio e os preços são negociados na hora em que os interessados chegam.

Nesse mesmo percurso anteriormente citado, no lado alagoano, temos os municípios de Piranhas, Pão de Açucar, Belo Monte, Traipu, São Brás, Porto Real de Colégio, Penedo e Piaçabuçu. Em alguns deles há também, restaurantes, bares, hotéis e pousadas, como são os casos de Traipu, Penedo e Piaçabuçu. Unidos, Sergipe e Alagoas podem viabilizar essa opção regional de turismo.

Nos dias de hoje há pessoas fazendo esse percurso em tó tó tós alugadas e há tendência de expansão por conta da história do Velho Chico, um rio que era chamado pelos índios da região ribeirinha de “Opará” e que foi descoberto em 4 de outubro de 1501 (está completando 519 anos)  pelos viajantes Américo Vespúcio e André Gonçalves. O nome de São Francisco foi dado ao rio em homenagem a São Francisco de Assis, nascido na Itália 319 anos antes do seu descobrimento.

Para quem gosta de histórias do cangaço, na passagem por Poço Redondo, vale a pena parar e conhecer a grota do Angico, local onde Lampião, sua mulher Maria Bonita e a grande maioria dos membros do seu bando foi assassinada pela polícia, em 28 de julho de 1938.

Um outro fato ligado ao rio e que desperta curiosidades foi a viagem do imperador do Brasil, dom Pedro II, em 1859,  acompanhado pela imperatriz d. Teresa Cristina e por uma comitiva para conhecer região e o curso do rio São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e deságua no oceano Atlântico, na divisa de Sergipe com Alagoas.

Os banhos nas águas verdes do rio são um atrativo à parte. Durante todo o dia é possível ver moradores se banhando/nadando. Isso acontece com maior intensidade nas primeiras horas da manhã e nos finais de tarde. Mas há um ponto que atrai muitos visitantes e moradores da região, Trata-se da praia da Adutora (da Deso), que fica no município de Telha, vizinho a Propriá. Nos finais de semana esse espaço fica lotado. Mas, ainda assim, dá para um mergulho.

Um outro ponto que atrai mnuito os banhista é o chamado Talhado, entre Canindé e Paulo Afonso (BA). A limpa água fria e o eco das falas no cânion são atrações. Lembre-se de observar a presença de macacos pregos. Não faça muito barulho. Eles não gostam.

Vá conhecer o rio! Os moradores ribeirinhos da região têm muita história para contar sobre o Velho Chico.

Rolar para cima